Música

Pronta para o mundo: Anitta aproveita ótima fase e lança 'Versions of me'

Após mudança no título, o novo álbum da cantora, 'Versions of me', chega às plataformas digitais repleto de colaborações, firmando a carreira no cenário internacional

Ândrea Malcher*Isabela Berrogain*Pedro Almeida*Giovanna dos Santos*
postado em 13/04/2022 06:00 / atualizado em 13/04/2022 06:14
 (crédito: Material de divulgação)
(crédito: Material de divulgação)

Depois  do sucesso do single Envolver, hit que a colocou no topo do Spotify Global no fim de março e atualmente conta com mais de 2,6 milhões de streams, a cantora carioca Anitta lança o aguardado álbum Versions of me. O disco, que é o quinto de estúdio na carreira, consolida o trabalho da artista para alcançar o público internacional. Das 15 faixas, apenas uma é cantada em língua portuguesa. O Correio relembra a carreira da popstar, do início da Larissa de Macedo Machado, em Honório Gurgel, subúrbio do Rio de Janeiro, às apresentações na televisão americana.

Produzido por Ryan Tedder, vocalista da banda OneRepublic, e distribuído pela Sony Music, o álbum Versions of me, enfim, chega às plataformas de streaming. A grande antecipação se deve ao fato de o álbum ser, de certa forma, a peça fundamental de uma Anitta que visa o reconhecimento global. Apesar de o disco anterior, Kisses, de 2019, já flertar com a ideia de extrapolar o Brasil, ainda era uma ideia tímida que batia de frente com obstáculos sólidos. Hoje, uma porta se abre e desenrola um tapete vermelho para que Anitta conquiste o mundo.

Que rabão, única faixa cantada em português, conta com YG, Kevin O Chris e Mr. Catra, morto em 2018, e foi produzida pelo parceiro de longa data da cantora, Papatinho. "Não tem nada mais funk que a mistura de Mr. Catra, o paizão do funk, com Kevin O Chris, representante dessa nova geração, em um beat 150bpm bem Rio de Janeiro", afirma o produtor musical em entrevista ao Correio. "Assim como o reggaeton, que saiu da América Latina e invadiu o mundo, o funk também tem esse potencial", aposta Papatinho.

A faixa foi construída em cima de versos que Catra havia deixado prontos antes de sua morte e que, no início de 2019, foram doados ao produtor musical. "Quando a Anitta escutou pela primeira vez o beat que eu produzi com a voz do Catra, ela ficou muito empolgada e falou: "Cara, essa é a música!"", relembra.

A possibilidade de desenvolver uma carreira internacional não é ao acaso; é, na verdade, fruto de muito trabalho da cantora. Além de apostar em uma variedade de estilos das mais diversas culturas, um dos trunfos da artista é encaixar melodias para além do português.

Com foco no mercado exterior, Anitta passou a gastar o inglês que aprendeu no cursinho que fez na adolescência e, não contente em gravar canções na língua universal do entretenimento, ela também se aventura pelo espanhol. A explosão do ritmo reggaeton e a potência da batida nos países hispânicos, fez a cantora ver outra fatia de mercado para explorar. Essa mistura de culturas e ritmos faz de Anitta um coringa do entretenimento. Mais do que musical, a artista é um fenômeno mercadológico que entende as demandas do público.

Um ano após o lançamento de Kisses, a cantora anunciou que iniciava as preparações para o álbum seguinte. Em 2021, lançou o single Girl from Rio, se apresentando na cerimônia do Grammy Latino. Esta seria a faixa-título. Os planos mudaram quando a artista passou a morar em Miami por conta da pandemia de covid-19. Com o desejo de melhorar o álbum, adiou o lançamento para 2022 e teve a oportunidade de trabalhar com o que ela classificou como "pessoas incríveis". O título passou a ser Versions of Me pois, segundo Anitta, o nome faz mais sentido com a sua proposta. A capa traz seis versões da cantora, registradas ao longo dos anos, que mostram as mudanças estéticas pelas quais ela passou. Em desabafos no Twitter, afirmou que "mesmo depois de milhões de cirurgias plásticas e intervenções médicas, meu interior ainda permanece o mesmo".

Além de Girl from Rio, foram disponibilizados também os singles Boys don't cry, Faking love, em colaboração com Saweetie, e Me gusta, com os rappers Cardi B e Myke Towers — primeira entrada de Anitta na parada da Billboard. No repertório,  figuram, ainda, parcerias com Khalid, Afro B, Ty Dolla Sign e o porto riquenho Chencho.

Anitta não perde tempo quando o assunto é marketing. Há cerca de uma semana, a artista prometeu trocar pré-saves por informações sobre Versions of me e, a cada 10 mil, soltaria um spoiler nas redes sociais. Dito e feito: os fãs atingiram a marca em menos de uma hora e, como prometido, a cantora soltou vídeos caseiros em que revelava alguns artistas com quem colaborou no projeto. Sua estratégia gerou mais publicidade e, sem dúvida, deixou os fãs ainda mais eufóricos para o lançamento.

A ascensão de Anitta

MC Anitta e a Furacão 2000

Ainda assinando como Larissa, em 2010, Anitta foi convidada pelo produtor Renato Azevedo, o Batutinha da Furacão 2000, para alguns testes. Ao fim daquele ano, a cantora veria a primeira música chegando às rádios cariocas. Fica só olhando, a primeira canção de sucesso da MC Anitta, reúne, atualmente, no YouTube quase 4 milhões de visualizações.

Meiga e Abusada

Em 2012, ao sair da Furacão 2000, Anitta divulga o videoclipe Meiga e abusada, gravado em Las Vegas, nos Estados Unidos. Deixando o "MC" de lado, a cantora chamou atenção da Warner, com quem assinou contrato na época. O primeiro disco, auto-intitulado, seria lançado no ano seguinte com um grande hit na manga.

Show das poderosas

Show das poderosas varreu o Brasil, levando Anitta à fama nacional ainda em 2013. Misturando funk e pop, ela ainda lançaria o disco Ritmo perfeito, em 2014, com direito a um DVD ao vivo, intitulado Meu lugar. O álbum de estúdio contou com a participação do rapper Projota e o álbum renderia a primeira indicação e apresentação no Grammy daquele ano. O single Na batida chegou a atingir a marca de um milhão de views no YouTube nas primeiras 24hrs.

Bang

Bang, de 2015, marca uma virada na carreira da, até então, funkeira. A capa do disco é assinada por Giovanni Bianco, que já produziu artes conceituais para nomes como Madonna. A sonoridade tende para uma experimentação com outros ritmos brasileiros, como o pagode em Essa mina é louca, e o pop. No entanto, essa era trouxe uma preocupação maior com o imagético, próprio das "eras" das divas pops internacionais. Neste período, Anitta rompeu com a empresária Kamilla Fialho e segue até hoje gerindo a própria carreira.

Projeto Checkmate

Em 2016, Anitta alçou voos mais ousados e foi escolhida para dividir o palco com Caetano Veloso e Gilberto Gil na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Optando por não lançar um álbum, o projeto Checkmate consistiu em diversos singles, liberados ao público mensalmente, em colaboração com cantores internacionais. Downtown e Machika, com J Balvin; Sim ou não, parceria com Maluma; Sua cara, com Pabllo Vittar e o Dj Diplo (que foi para o topo da parada de músicas eletrônicas da Billboard); Vai malandra, com MC Zaac, Tropkillaz e o Dj Yuri Martins, são alguns dos sucessos desta fase.

Kisses

Kisses, de 2019, é o primeiro álbum trilíngue de Anitta. Com músicas em espanhol, inglês e português, reuniu artistas como Caetano Veloso, Snoop Dogg, Becky G e Prince Royce entre os colaboradores. O maior single do álbum, Onda diferente, é uma composição de Ludmilla, que também canta na música, é produzido por Papatinho, além do já mencionado Snoop Dogg emprestando versos à faixa. O disco recebeu uma indicação de Melhor álbum de música urbana na 20ª edição do Grammy Latino. No mesmo ano, colaborou com a banda Black Eyed Peas e na faixa Faz gostoso, do disco Madame X, da Madonna.

*Estagiários sob a supervisão de Severino Francisco

 

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  • Com o sucesso Envolver, 
Anitta apareceu nas 
paradas musicais de 20 países 
e chegou ao primeiro lugar global do Spotify
    Com o sucesso Envolver, Anitta apareceu nas paradas musicais de 20 países e chegou ao primeiro lugar global do Spotify Foto: Reprodução/Youtube
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    charge Foto: kleber sales
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