Artesanato

Brasileiros viralizam com roupinha e peruca de crochê para a Alexa

Dona Maria, de 77 anos, e Carlos Dias, de 30 anos, criaram as peças de crochê para o aparelho de assistente por voz e viralizaram nas redes sociais

O brasileiro usa capa de crochê para tudo: botijão de gás, filtros de água, fogão, tampa do vaso sanitário... E agora os aparelhos assistentes por voz são os novos itens a entrarem na onda. 

Adereços de crochê para o Amazon Echo, a caixa de som equipada com Alexa, vendida pela Amazon, começaram a viralizar nas redes sociais nos últimos dias. 

Uma das pioneiras nessa nova moda é a mineira Maria Batista Oliveira, 77 anos, moradora de Teófilo Otoni, no interior de Minas Gerais. Tendo o artesanato como hobby, a aposentada "crocheta" tudo o que pode. E não foi diferente quando ela foi presenteada com a assistente virtual da Amazon pelos filhos.

"Ela logo começou a fazer várias capinhas. Mandou no grupo da família e todos amaram", relembra a nora, a jornalista Marina Frossard, em entrevista ao Uol.

"Quando eu fui passar as férias lá, vi que ela tem um closet de crochê somente para a Alexa. Achei aquilo genial e compartilhei com meus seguidores no Instagram. Como meu perfil é fechado, não atingiu muitas pessoas, mas uma amiga tirou print e postou no Twitter, e logo viralizou", conta.

A postagem feita por Andreia, amiga da Marina, que publicou a captura de tela em 31 de março deste ano, já ultrapassou 70 mil curtidas e 3 mil retweets. Entre os perfis que compartilharam o tweet está o da Prime Video Brasil, plataforma de streaming da Amazon.

Marina, inclusive, criou um perfil no Instagram para a Dona Maria, onde ela compartilha e vende peças das "roupinhas". 

"A publicação que viralizou foi a da Andreia, não a minha, então não aparece meu nome ou a minha sogra. Todas as publicações que fizeram em outras páginas, saíram com o nome da Andreia, o meu está lá em cima no cantinho. [O novo perfil] é importante para as pessoas conhecerem e saberem quem é a Dona Maria", explica Marina.

A vovó da Alexa já até começou a receber encomendas, mas como o crochê é apenas um hobby, ela não sabe quanto cobrar nas peças.

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"Ela é uma senhora fofinha, baixinha, tem um metro e meio, é bem tímida, típica daquelas vovós do interior. Ela não tem conhecimento de internet, se eu falar 'a Amazon deu RT na sua capinha de crochê', ela não sabe nem o que é", conta Marina.

"Então, quando perguntei dos valores, ela falou algo tão baixo, que não tive coragem de compartilhar com as outras pessoas. Ela não tem essa noção que é um trabalho artesanal, que vai tempo, dinheiro, então estamos pensando em um valor justo para cobrar. Não sei um preço agora", completou a nora da Dona Maria.

  

Peruca para a Alexa

Para o pesquisador brasileiro Carlos Dias, 30 anos, morador do Alabama, nos Estados Unidos, o crochê virou um passatempo enquanto conversa com a namorada e os familiares, virtualmente.

"Aprendi (a tricotar) há pouco tempo, em dezembro, enquanto estava de férias com minha avó e minhas tias antes de vir para cá. Como não tinha nada para fazer, ganhei a linha e agulha, e fui praticando vendo vídeos no YouTube", conta Carlos ao Uol.

"Trouxe minha Alexa comigo do Brasil. Eu não estava fazendo nada, olhei para ela e pensei: 'vou fazer uma peruca'. Minha namorada tem cabelo curtinho, então fiz parecido com o cabelo dela, para me lembrar dela quando eu olhar, sabe?", explica o pesquisador.

A publicação no Twitter viralizou, mas ele não pretende fazer o adereço para comercializar, já que o crochê é apenas um hobby. "Fiz uma bolsa para uma amiga, em troca ela me deu um vinho", conta, ressaltando que na maioria das vezes faz o artesanato para presentear.

"Esse negócio de capitalizar tudo não é minha ideia, não concordo", continua. "Além disso, se eu for vender, vou ter que dedicar um tempo só para isso, não vou conseguir conciliar com meu trabalho, a minha pesquisa, aquilo que realmente vim fazer aqui nos EUA."

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