Mostra

Com caráter virtual, Mostra de Cinema Europeu de 2022 será gratuita

Mais de 10 longas-metragens impulsionam a difusão de culturas de 20 países europeus

Ricardo Daehn
postado em 04/05/2022 16:38 / atualizado em 04/05/2022 16:39
Jan Komasa, diretor do filme polonês Corpus Christi -  (crédito: MARK RALSTON)
Jan Komasa, diretor do filme polonês Corpus Christi - (crédito: MARK RALSTON)

Programação integrante da Semana da Europa, criada há seis anos, a Mostra de Cinema Europeu ocorrerá entre os dias 13 e 22 de maio, com apresentação de um cardápio de 11 longas-metragens. Organizada por iniciativa da Eunic, definida por rede de institutos de cultura
europeus, a mostra acata política de cultura disseminada em 150 países. Em Brasília, quatro núcleos culturais e embaixadas de 20 países formatam o braço da Eunic, desde 2008.

O filme belga Um mundo, feito em 2021, e premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, no Festival de Cannes, em que competiu no segmento Um Certo Olhar, é um dos mais destacados na mostra. Na trama, um drama de consciência aflige uma menina que
fica presa entre convicções do mundo infantil e a necessidade de se expressar junto a adultos, depois de presenciar o bullying sofrido pelo irmão mais velho. Também com trama filtrada pelos olhos de uma criança, a comédia A vida fácil é outra atração. Sob direção de Orso Miyakawa e Peter Miyakawa, examina o cotidiano de migrantes.

Produto de coprodução entre Finlândia, Bélgica e Alemanha, o documentário Aatos e Amine, assinado pela finlandesa Reetta Huhtanen traça as incertezas de crianças vizinhos, criadas no distrito belga de Molenbeek, sob forte influência muçulmana. Com aproveitamento de crenças do povo Krahô, que convive no interior do Brasil, o longa Chuva é cantoria na aldeia dos mortos traz o colorido nacional (numa coprodução portuguesa). Depois de receber a visita do espírito do pai, um indígena trata de organizar uma festa de fim de luto, no filme que tem por codiretores J. Salaviza e Renée Messora.

Noutra linha de crenças, o polonês Corpus Christi, de Jan Komassa, revela as artimanhas de um ex-detento que, impedido de seguir estudos em seminário, se infiltra em uma paróquia de cidade pequena. Também imersos num cotidiano pacato, os protagonistas de Sanremo (com coprodução entre Eslovênia e Itália) vivem num lar para idosos. Sofrendo de regulares lapsos de memória, os internos, sistematicamente, revivem um eterno amor, como se tratasse de uma primeira vez. Nico, de Eline Gehring, é outro título da mostra que acompanha a decisão de uma cuidadora de idosos, depois de presenciar um ataque racista: como consequência, quer ter aulas com um campeão de karatê. No vislumbre de uma integração social, desponta o longa espanhol Campeões, em que jogadores com deficiência mental se veem incorporados ao cotidiano de um treinador de basquete.

Finalmente, três documentários ocupam parte da programação da Mostra de Cinema Europeu: o irlandês O oitavo, no qual um grupo com intuito liberal defende a queda da proibição do aborto e a dobradinha de filmes Pessoas que encontramos e Animal. No primeiro, finlandês, a diretora Mia Halme deposita a atenção na África Ocidental, em que surtos de diarreia podem ser freados pela criação de uma vacina. O caminho da esperança está numa viagem aos trópicos empreendida por 700 turistas que aderem aos testes da vacina. Já Animal, do diretor francês Cyril Dion, revela o desejo de jovens se verem inseridos num convívio saudável junto a outras espécies, a partir da orientação de ativistas amparados por conceitos científicos.

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