Música

Ancestralidade afro-brasileira

Correio Braziliense
postado em 10/05/2022 00:01
 (crédito:  Glebson Marques de Aquino/Divulgação)
(crédito: Glebson Marques de Aquino/Divulgação)

O cantor e compositor pernambucano, radicado em Ceilândia, Henrique Silva, apresenta hoje, à 19h, no Teatro Newton Rossi, com entrada franca, o show Minhas raízes ancestrais. No espetáculo, ele celebra a ancestralidade afro-brasileira com composições autorais, cânticos de domínio popular e poemas pesquisados em Brasília e no Brasil: "O espetáculo tem como uma das matrizes o álbum Troia negra, que reúne minhas pesquisas sobre a cultura afro-brasileira", comenta Henrique: "Quero transmitir a essência da cultura dos orixás sem a ideia de demonização colocada socialmente de maneira equivocada".

Henrique é natural do Recife e descende de uma família Nagô, mas estudou música antiga em escola beneditina: "Tive a oportunidade de conhecer a música antiga para além da igreja católica. Aí, ocorreu o encontro com o candomblé. Estudei história, cultura africana e afro-brasileira na Universidade de Goiás. Isso me possibilitou viajar por  e conhecer essas culturas populares. E se transformou no espetáculo Troia negra. Eu reuni o afoxé, o samba de roda e o pop rock. Porque o pop rock é uma linguagem de hoje e que também tem origem nas comunidades antigas. O funk também é uma batida de maculelê. O próprio rock tem origem nas comunidades africanas".

Ele escolheu a Ceilândia para morar por uma questão de afinidade cultural, pois a cidade é a que concentra o maior número de nordestinos por quilômetro quadrado no DF. Henrique identifica um forte lastro da cultura afrobrasileira e africana no DF: "Tem o culto de ifã, o culto iorubá, o côco, o maracatu, os blocos. Tem o afoxé Dudu.  Brasília e entorno têm mais de 500 casas de culto".

A conexão com a cultura afro-brasileira transcende a música e alcançou a formação acadêmica. Ele é pós-graduado e integrante de grupo de pesquisa sobre as religiões de matriz africana e sobre a história afro-descendente.  

Henrique cresceu ouvindo Luiz Gonzaga pelo rádio, Dominguinhos e Geraldo Azevedo. Ingressou na Escola Teológica da Ordem de São Bento, onde estudou canto gregoriano e, posteriormente, complementou os estudos na comunidade beneditina de Goiás. O encontro com os orixás foi uma revelação: "A mitologia dos orixás é uma estratégia contra a opressão."

Minhas raízes ancestrais

Show de Henrique Silva. Hoje, às 19h, no Teatro Newton Rossi, em Ceilândia. Entrada franca.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação