Música

McFly faz turnê nostálgica no Brasil e promete voltar em 2023 com novo disco

Em entrevista ao Correio, a banda britânica McFly adianta detalhes do próximo álbum do grupo e promete voltar ao país em 2023

Após 10 anos sem vir ao país, milhares de pedidos dos fãs e dois anos de adiamento devido à pandemia da covid-19, o quarteto McFly finalmente retornou ao Brasil. Durante o mês de maio, a banda formada por Danny Jones, Dougie Poynter, Harry Judd e Tom Fletcher lotou as principais casas de shows brasileiras, se apresentando em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro.

A década de ausência do grupo surpreendeu os brasileiros - de 2008 a 2012, a banda veio ao país em quase todos os anos. No entanto, a espera valeu a pena: a mais recente vinda do McFly ao Brasil tem sido considerada, pelos fãs, a melhor passagem dos britânicos pelas terras brasileiras até então.

“Foram dois anos de ansiedade para a nossa vinda”, compartilha o baixista Dougie Poynter em entrevista ao Correio. Os shows da banda no Brasil estavam marcados desde 2019, previstos para serem realizados em março de 2020. Porém, a pandemia da covid-19 acabou sendo decretada na semana anterior ao início das apresentações.

Apesar de terem sido recebidos por milhares de fãs em todas as vindas ao Brasil, os integrantes do McFly não sabiam o que esperar após os dez anos sem voltar ao país. “Eu estava nervoso, porque achava que não haveria nenhuma reação quando chegássemos aqui, eu estava com medo que todo mundo tivesse desaparecido e não tivesse ninguém no aeroporto para nos ver”, revela Dougie.

Contudo, quando chegou, o grupo se deparou com uma situação totalmente diferente: o entusiasmo dos chamados “galaxy defenders”, nome dado aos fãs de McFly, se manteve o mesmo durante todos esses anos. Na chegada do grupo, centenas de admiradores esperavam a banda no aeroporto de Guarulhos, às 5h de uma segunda-feira. “Isso foi insano”, relembra o vocalista Danny Jones. A partir daí, os britânicos reuniram diversos entusiastas por onde passaram: no Parque Ibirapuera, em São Paulo, no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e até mesmo no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

 
 
 
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A turnê do McFly pelo Brasil foi iniciada em São Paulo, com direito a dois shows consecutivos no Espaço das Américas. O grupo abriu uma data extra na capital paulista após os ingressos para a primeira apresentação esgotarem. Na setlist das performances, a banda apresentou os grandes sucessos do início da carreira, singles do álbum mais recente, Young dumb thrills, e até mesmo músicas que nunca haviam sido tocadas ao vivo até então, como Josephine. “O legal é que, quanto mais velha uma banda fica, se torna mais difícil montar a setlist dos shows. Os fãs querem ouvir todas as músicas e acontece que nós temos muitas músicas boas”, ri Danny.

“Nós poderíamos tocar músicas que, mesmo se não tocássemos certo, os fãs amariam ouvir de qualquer forma”, aposta o baterista Harry Judd. Na primeira apresentação em São Paulo, o quarteto chegou a improvisar algumas músicas, como No worries e I’ve got you, após pedidos dos fãs. Ao relembrar do momento, Danny brinca sobre ter errado alguns versos das músicas. “Eu gosto de deixar o público alerta. É a minha forma de ver se eles realmente sabem as letras”, zomba. Nas demais apresentações, o McFly surpreendeu a plateia com pedidos de casamento entre fãs em cima do palco, danças de virais do TikTok e uma participação especial da cantora Manu Gavassi.

 
 
 
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Novo álbum

Com promessa de voltar ao Brasil em 2023, McFly já tem o próximo álbum da carreira finalizado. Segundo Harry, o novo trabalho, apesar de muito influenciado pelos anos 1980, é uma “verdadeira mistura” das diversas referências dos integrantes. “O álbum tem um pouco de Van Halen, um pouco de grunge e também tem seus momentos emo”, adianta o baterista. Durante a passagem pelo Brasil, Dougie aproveitou para tatuar uma homenagem ao álbum 5150, da lendária banda dos irmãos Alex e Eddie Van Halen.

Em meio a referências de décadas passadas, o disco é, segundo os integrantes do McFly, o melhor da banda até então. “Ter o nosso próprio estúdio como banda pela primeira vez e não sentir nenhuma pressão de agradar ninguém além de nós mesmos, foram essas as coisas que nos fizeram gravar um dos melhores álbuns da nossa carreira”, afirma Danny.

Agora, com maior liberdade, os britânicos puderam se aventurar em elementos que não foram explorados nos projetos passados. “O álbum tem muitos solos de guitarra e coisas que a gente ainda não tinha feito nos nossos discos”, revela Harry, que também aponta Metallica como uma das principais referências do trabalho.

“Nós estamos numa banda por um motivo: para tocarmos solos de guitarra ou de bateria, não só ao vivo, mas também nos nossos álbuns”, explica Danny. Mesmo influenciados por artistas e elementos do rock, o McFly garante que as novas músicas continuarão com as melodias pop já conhecidas pelos fãs.

Os novos processos também permitiram que o quarteto não focasse tanto no desempenho comercial do projeto. “Nesse álbum, nós não ficamos pensando demais”, conta Danny, que destaca a presença de uma faixa com seis minutos de duração no disco. “É muito bom ter esse tipo de liberdade”, comemora.

“Eu acho que o álbum deixará as pessoas que ouvirem com vontade de bater cabeça e tocar guitarra e bateria no ar. Eu também espero que ele inspire as pessoas a pegarem um instrumento e montarem uma banda”, torce Harry. Segundo os britânicos, os fãs devem ouvir os primeiros singles do novo projeto ainda este ano.

Apesar dos 10 anos que passaram longe do Brasil, a banda afirma que tem planos de voltar no próximo ano, após o lançamento do disco. “Será muito divertido tocar esse álbum ao vivo”, concorda Dougie. Apesar do McFly mal ter ido embora - Danny e Dougie voltaram para Inglaterra na última quinta-feira (2/6), aproveitando alguns dias de folga no país -, os fãs já estão na expectativa do tão prometido retorno, apostando até em uma possível turnê de comemoração dos 20 anos da banda.

Independente da vinda em 2023, os artistas prometem que a demora para voltar ao Brasil não se repetirá. Harry explica que foram circunstâncias maiores que levaram o afastamento da banda, como a formação do supergrupo McBusted, o hiato do próprio McFly e a pandemia. “Nós vamos ganhar a confiança dos brasileiros de volta”, brinca o baterista.

 
 
 
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*Estagiária sob supervisão de

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