Dança

Movimento Internacional de Dança abre primeira etapa da edição 2022/2023

Movimento Internacional de Dança (MID) abre primeira etapa da edição 2022/2023 com companhias internacionais e circuito educativo

Nahima Maciel
postado em 26/08/2022 06:00
Espetáculo Point zéro -  (crédito:  Romain Tissot)
Espetáculo Point zéro - (crédito: Romain Tissot)

O Movimento Internacional de Dança (MID) está de volta aos palcos, em formato presencial e de maneira parcelada. A edição 2022/2023 do festival será feita em três etapas, com a primeira delas reservada às companhias internacionais e em cartaz até o início de setembro. "A gente chega neste final de ano com muitas coisas pela frente, eleições, Copa do Mundo… A gente não quis estender muito esta edição e preferiu fazer em etapas", explica Sérgio Bacelar, um dos idealizadores do MID.

Em abril de 2023, o festival estará de volta com ações em 25 regiões administrativas para encerrar as atividades em setembro do próximo ano, com a programação completa. Realizado com verba de R$ 1,5 milhão do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o MID recebe nesta etapa quatro companhias internacionais vindas da França, Alemanha e Espanha, além de bailarinos da Argentina, Espanha, Paraguai e Brasil. "É um namoro antigo com essas companhias, resultado de momentos de articulação anteriores à pandemia. A gente está sempre um pouco à frente da adversidade que nos é imposta", garante Bacelar.

A programação tem início com o espetáculo Pequenos actos no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo. Sob a direção de Igor Calonge, da Cia Cielo RasO, bailarinos brasileiros, argentinos, paraguaios e espanhóis mostram como o diálogo de culturas e a diversidade podem ser produtivos na dança. A companhia já se apresentou no Cena Contemporânea e em outras edições do MID e tem uma longa história de trocas e parcerias com artistas da cidade. "Esses encontros deixam um legado para a história da dança no DF", explica Bacelar. De um total de nove bailarinos que estarão no espetáculo, cinco são de Brasília.

Na primeira semana de setembro, a companhia alemã Cia. Cocoon Dance desembarca na cidade com Vis Motrix, criado pela coreógrafa e diretora Rafaële Giovanola. Com uma pesquisa que tem início em danças urbanas como o break e o parkour, o espetáculo é conduzido por duas bailarinas cuja combinação entre precisão e improviso muitas vezes lembra a movimentação dos insetos. "Quando começamos, nossa intenção era encontrar uma nova maneira de nos movimentar", avisa Rafaële. O espetáculo terá apresentação especial para 400 alunos de escolas públicas no Sesc da Ceilândia.

Também em setembro, os franceses da Cia. Amala Dianor e do Centro Coreográfico Nacional de Tours trazem à cidade duas propostas que mantêm certo diálogo com o resto da programação. Point zéro e WO-MAN nasceram da observação de Amala Dianor da dança de rua. No primeiro, três bailarinos, incluindo o próprio Amala, de origem senegalesa e cujo trabalho chamou a atenção dos curadores da Bienal de Dança de Lyon, interagem em uma coreografia cheia de hibridismos. Na segunda, a bailarina Nangaline Gomis é responsável pelo solo que terá apresentação especial para 200 alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal no Complexo Cultural de Samambaia.

Idealizada por Thomas Lebrun, do Centro Coreográfico Nacional de Tours, Neste mundo é uma celebração de referências vindas de países como Bulgária, Marrocos e do próprio Brasil organizadas em um espetáculo que viaja por mundos oníricos. "Essa é mais uma aposta do MID no que é um pilar para gente, a dança para infância: oportunizar a dança para o público da infância", diz.

Mexendo como insetos

Criada há 22 anos e sediada em Bonn, na Alemanha, a Cia. Cocoon Dance tem a linguagem experimental como foco de uma pesquisa independente que explora as capacidades expressivas do movimento. Foi um pouco por acaso que a coreógrafa Rafaële Giovanola passou a observar danças como o parkour, o break e o krump. "Me dei conta que o encontro com esses jovens eram extremamente ricos para a companhia porque eles desenvolvem outras chaves para seus corpos, fazem coisas realmente extremas", conta Rafaële.

Em Vis mortix, duas bailarinas desenvolvem os movimentos sem desgrudar do chão e exploram os limites da mobilidade. "A partir do break e do krump, tentamos desconstruir o que aprendemos e recriar uma nova forma de gestual e um novo corpo", explica a diretora. O resultado muitas vezes lembra o movimento dos insetos, embora essa comparação não tenha orientado a criação do espetáculo.

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  •  Espetáculo Neste mundo
    Espetáculo Neste mundo Foto: Frederic IOVINO
  • Espetáculo Pequenos actos
    Espetáculo Pequenos actos Foto: Divulgação
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