Mapeamento

Pesquisa avalia os hábitos de consumo de cultura entre os brasileiros

Pesquisa divulgada pelo Itaú Cultural entrevistou 2.240 pessoas entre 16 e 65 anos. Os dados mostram que 80% dos entrevistados consomem música on-line

Nahima Maciel
postado em 26/08/2022 11:25 / atualizado em 26/08/2022 11:27
Direto do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron ficou surpreso com os dados referentes às bibliotecas -  (crédito: Denise Andrade)
Direto do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron ficou surpreso com os dados referentes às bibliotecas - (crédito: Denise Andrade)

Ouvir música e assistir a filmes e séries on-line são as atividades culturais mais praticadas no último ano pela população. A constatação está na pesquisa Hábitos Culturais III - 2022, realizada pelo Itaú Cultural e pelo Datafolha e divulgada nesta quinta-feira (25/8). No total, foram entrevistadas 2.240 pessoas, por telefone, em todas as regiões do Brasil. A pesquisa teve a intenção de mapear os hábitos culturais no ano passado e como andam o consumo de cultura digital e a expectativa de retomada de atividades presenciais, além de avaliar o impacto da cultura na saúde mental dos consumidores em um momento de pandemia.

Foram entrevistados homens e mulheres entre 16 e 65 anos, de variadas classes sociais. Segundo os dados, 80% dos entrevistados consomem música on-line e 70% assistem a filmes e séries. Podcasts vêm em terceiro lugar, com um índice de 42%. Sobre a escolha de comparecer presencialmente a shows de música e espetáculos em teatro, 32% responderam que iriam ao local físico. Entre as atividades que as pessoas mais sentiram falta no último ano está ir ao cinema, seguida de biblioteca.

Na parte relacionada aos gastos com cultura no ambiente digital, o valor médio foi de R$ 128,38, sendo que 35% dos entrevistados não gastaram nada. As regiões Norte e Centro-Oeste são aquelas nas quais as pessoas declararam os maiores gastos, R$ 159,18. Os valores mais baixos ficaram com o Nordeste (R$ 102,93) e o Sul (R$ 122,74). O gasto média com atividades culturais presenciais foi de R$ 178, mas 50% dos entrevistados disseram que não gastam nada.

A pesquisa também avaliou o impacto do consumo de cultura na saúde mental. Nesse aspecto, 68% responderam que assistir a programação on-line aumenta o bem-estar.

Para Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, a pesquisa permite que os gestores possam tomar decisões dircionadas e mais embasadas e aponta que as pessoas querem fazer atividades presenciais, mas esse retorno ainda não ocorreu por completo. "Um dado que me deixou muito feliz é a presença das bibliotecas. Nossa relação com livro e leitura é bem precarizada e saber que a biblioteca está em segundo lugar em relação à atividade presencial nos permite olhar para esse espaço com ainda mais cuidado e qualidade para que seja um lugar cultural efetivo. Está no presencial logo depois do cinema”, diz Saron.

A biblioteca é o equipamento cultural mais presente no país, com mais de 6 mil unidades espalhadas pelas regiões. A quantidade de cinemas chega a pouco mais de 3 mil. “Essa evidência que a gente traz a partir da pesquisa oportuniza o sistema cultural a fazer mais inferências para que a gente possa atuar com mais qualidade e envergadura. Dados e informações, séries históricas, evidências são fundamentais para ganharmos uma outra escala e entendermos com mais propriedade qual o nosso papel na arte e na cultura, assim como a saúde mental”, acredtia Saron.

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