MÚSICA

Primeiro disco das Ablusadas será lançado amanhã

Grupo mineiro de blues formado exclusivamente por mulheres gravou 10 faixas autorais em "Eu quero é blues", que estará disponível a partir desta sexta (12/8)

Criada em 2018, a banda mineira de blues Ablusadas, formada somente por mulheres, lança nas plataformas digitais, nesta sexta-feira (12/8), o seu primeiro álbum autoral, “Eu quero é blues”, com 10 faixas. O grupo fará shows de apresentação do disco neste sábado (13/8), no Festival Internacional Dipanas Blues, em Pará de Minas, e no próximo dia 27/8, no espaço Chopperhead, no Bairro Prado, em BH.

A vocalista Roberta Magalhães explica que um dos diferenciais do disco é que as faixas são cantadas em português. “Fato que destaca o blues nacional com personalidade, elementos novos e atmosfera vintage, além de apresentar diversos estilos de blues em cada música e mostrar a perspectiva feminina nesse contexto.”

Além de Roberta, fazem parte do grupo Débora Coimbra (voz e baixo), Thaís Mussolini (piano), Mariane Guimarães (trombone), Julliete Nurimba (sax alto), Cláudia Sampaio (sax tenor), Bê Moura (batera) e Taskia Ferraz (guitarra).

“Somente agora é que a gente está voltando a fazer shows. Durante a pandemia, conseguimos ser aprovadas no edital da Lei Aldir Blanc para gravarmos o álbum. Até já tínhamos algumas músicas prontas, porém, como ficamos bastante tempo paradas, decidimos fazer novas composições para colocarmos no nosso disco”, diz Roberta.

Ela conta que, durante a pandemia, cada integrante da banda ficou estudando em casas. “A gente foi criando dessa forma. A gente quis trazer as letras para o português, abordando até assuntos mais femininos. Na verdade, não víamos banda de blues totalmente feminina no Brasil. Geralmente, encontramos grupos com uma vocalista ou uma ou outra integrante, mas somente de mulheres, de blues autoral e tudo, a gente não encontrou. Creio que somos pioneiras no Brasil."

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Protagonismo feminino em cena

Segundo Roberta, é difícil ter mulheres no blues “porque é mais restrito. Foi por isso que a gente quis trazer uma proposta nova, ou seja, uma banda grande, com metais e arranjos que valorizam todas as instrumentistas. É tão difícil vermos musicistas no blues também, portanto, a gente criou arranjos para valorizar todas as integrantes, colocando um pouco de protagonismo na música”.

A vocalista da Ablusadas conta que as letras falam do cotidiano das integrantes. “Por exemplo, temos até uma canção que fala sobre TPM. E são músicas das nossas vivências, das nossas histórias, porque a banda é muito diversa. São várias idades, vários perfis, vidas, histórias diferentes, que estão reunidos em uma banda só, e é interessante unirmos essas mulheres de várias idades. Isso é uma das coisas mais legais da banda, ou seja, ter perfis diferentes.”

A artista ressalta também que o grupo “fez um estudo sobre o blues, porque ele tem várias vertentes. E trouxemos um pouco desse passeio musical pelo blues no disco”. O grupo já lançou clipes de três músicas que estão no disco.

O primeiro, que saiu em setembro do ano passado, é da música “Sinto saudade, sim”, que fala sobre a pandemia. "Fizemos um clipe caseiro, com cenas de todas as meninas em suas casas, retratando um pouco de como a gente estava durante a pandemia, estudando, cada uma em seu canto.”

No final de janeiro, o Ablusadas lançou o clipe da faixa que nomeia o disco, “Eu quero é blues”. E na sequência divulgou “Tão longe”. “ Fizemos algumas lives durante a pandemia e guardamos o dinheiro arrecadado para fazer outros clipes. A ideia é fazermos mais shows, mais eventos, para podermos levantar mais recursos e fazer mais clipes das músicas que caírem no gosto do público.”

“EU QUERO É BLUES”
• Disco do grupo Ablusadas
• 10 faixas
• Disponível a partir desta sexta (12/8) nas plataformas digitais

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