Análise: Gilberto Gil faz espetáculo familiar em Brasília

No Gilberto Gil In Concert o eterno tropicalista revisitou clássicos de sua obra como Andar com fé, Aquele abraço, Drão, Expresso 2222, Tempo Rei e Vamos fugir. Em quase todas as canções houve a participação do público, fazendo coro ou batendo palmas ritmadas

Irlam Rocha Lima

postado em 24/09/2022 00:54 / atualizado em 24/09/2022 00:54

O cantor também homenageou companheiros de ofício interpretando, por exemplo, Chiclete com Banana (Gordurinha) - (crédito: Benjamin Figueredo/CB/DA.Press)

Gilberto Gil espalhou alegria para as cinco mil pessoas que estiveram na noite de sexta-feira (23/9), no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, para assistir ao show que ele fez, na sequência da turnê iniciada na Europa, apresentado no Rock in Rio e num festival em São Paulo.

Foi um espetáculo familiar, uma vez que ele teve a companhia em cena dos filhos filhos Bem Gil (guitarra), José Gil (bateria e percussão) e dos netos João Gil (violão e baixo) e a neta Flor Gil (teclados e vocais), além de Marcelo Costa (baterista convidado), com os quais interagiu de forma plena durante 1h40.

No Gilberto Gil In Concert o eterno tropicalista revisitou clássicos de sua obra como Andar com fé, Aquele abraço, Drão, Expresso 2222, Tempo Rei e Vamos fugir. Em quase todas as canções houve a participação do público, fazendo coro ou batendo palmas ritmadas.

O cantor também homenageou companheiros de ofício interpretando, por exemplo, Chiclete com Banana (Gordurinha). Com a neta Flor Gil fez um belo dueto em Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). No bis botou a plateia para dançar no embalo de Toda menina baiana. Em meio ao show — que terá nova sessão nesta sábado (24/9), às 23h — , houve manifestação de espectadores que gritaram: "Fora Bolsonaro!".

"A expectativa é que esse governo se vá"

Antes do show, em entrevista ao Correio, Gil falou sobre o cenário político brasileiro e, também, sobre sua atuação na música. 

A política foi um dos pontos centrais do bate-papo com o cantor. Em uma breve retrospectiva, Gil falou sobre a pandemia e a relação entre os poderes e a sociedade. “O Brasil vem de um período longo em que as relações entre o Estado e a sociedade vêm complicadas desde o segundo mandato de Dilma [Rousseff]”, disse.

Sobre o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), Gil evitou se aprofundar nas opiniões, mas demonstrou o desejo de que um novo governo assuma o país. “Sobre os quatro anos de Bolsonaro eu acredito que não preciso falar, os fatos falam por si. A expectativa geral do Brasil é de que esse governo se vá e o fato de termos um novo momento já será uma melhora em si”, afirmou.

Confira a entrevista completa