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Patrícia Ahmaral e Zeca Baleiro lançam álbum em tributo a Torquato Neto

Álbum lembra os 50 anos da morte de Torquato Neto e tem criação e produção de Patrícia Ahmaral e Zeca Baleiro. Obra estará disponível em todas as plataformas digitais a partir desta quinta (10/11)

Correio Braziliense
postado em 09/11/2022 10:17 / atualizado em 09/11/2022 10:19
 (crédito: Glenio Campregher)
(crédito: Glenio Campregher)

Nesta quinta-feira (10/11), para homenagear o compositor piauiense Torquato Neto nos 50 anos de sua morte, a cantora mineita Patrícia Ahmaral lança o CD Um poeta desfolha a bandeira, primeiro volume de um álbum duplo com composições de um dos maiores letristas do Brasil.

O disco conta com nove faixas de períodos diferentes da vida de Torquato. São três composições do poeta com Gilberto Gil — Geléia Geral, Marginália II e Louvação—, duas com Caetano Veloso — Ai de mim Copacabana e Mamãe coragem —, além de Três da madrugada, com Carlos Pinto, e Let’s play that, com Jards Macalé. O primeiro volume traz também duas parcerias póstumas, Quero viver, com Chico César, e Cogito, com Rogério Skylab.

O álbum tem direção artística de Zeca Baleiro e teve pontapé inicial em outubro, quando foram lançados os dois primeiros singles, Quero viver e Let’s play that. Jards Macalé reviu o próprio arranjo de Let’s play that, produzido por ele e Torquato em 1972, e protagonizou a canção e o videoclipe junto a Patrícia com vocais e violão.

Segundo Patrícia, “Um Torquato não se faz só”, por isso, além de Macalé e César, o álbum conta com participações da Banda de Pau e Corda, de Recife, dos paulistas Maurício Pereira e Tonho Penhasco e do grupo Moda de Rock, dos violeiros Ricardo Vignini e Zé Hélder. “Nesse trabalho ele [Torquato] está compartilhado, ‘esparramado’ em conexões, como imagino que gostaria!”, reflete a cantora, no material de divulgação.

Formada em canto lírico pela UFMG, Patrícia Ahmaral tem mais de vinte anos de carreira na música brasileira e deu voz ao tema de abertura e ao tema da personagem principal da novela Xica da Silva, da Rede Manchete. George Mendes, primo de Torquato e curador de acervo em homenagem ao cantor em Teresina (PI), afirma que faltava à cena musical brasileira revisitação, como em um bloco, das principais canções do poeta, bem como um intérprete que reunisse os atributos necessários para isto. “Pois aparece no meu radar uma certa cantora mineira, residente em Sampa, revelando uma enorme sensibilidade para a poética de Torquato Neto”, conta.

Zeca Baleiro concorda ao afirmar que “ainda que constantemente revisitada em coletâneas e tributos, vive dispersa por aí”, e que Patrícia foi a chave para uma homenagem “mais apaixonada e exclusiva”. Sobre a direção de Baleiro, a cantora comenta que era importante “contar com uma interlocução que compreendesse a dimensão de Torquato na história da cultura brasileira e suas conexões no presente”. A parceria entre os dois é antiga: Baleiro produziu o disco de estreia de Patrícia, Ah!, de 1999.

Um dos principais nomes do movimento Tropicália e “pedra fundamental da poesia da canção brasileira moderna”, segundo Baleiro, Torquato Neto nasceu em Teresina, no Piauí, em 1944. Foi poeta, letrista, jornalista, cineasta e ator e, um dia depois de completar 28 anos de idade, em 1972, cometeu suicídio em sua casa, no Rio de Janeiro, onde vivia há dez anos.

O segundo volume de Patrícia Ahmaral canta Torquato Neto, de nome A coisa mais linda que existe, vai ser lançado em janeiro de 2023 e, diferentemente do primeiro, vai contar apenas com canções com letras de amor.

Serviço
Lançamento do álbum Um poeta desfolha a bandeira (Patrícia Ahmaral canta Torquato Neto
- vol.1), Patrícia Ahmaral, dia 10/11 nas plataformas digitais de áudio. Direção artística de
Zeca Baleiro; direção musical de Rogério Delayon, Marion Lemonnier e Walter Costa.
Distribuição digital: Tratore.

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