Literatura

Claudine Duarte mescla ternura e mistério no livro 'Francisco'

Claudine Duarte partiu da premissa de poema de Vinícius de Moraes para escrever o próprio livro

Num emaranhado de palavras poéticas, a história escrita por Claudine Duarte leva um nome, mas tantas personas. Francisco é um conto ilustrado, dirigido ao público jovem e adulto. Assim como a proposta em levar as imagens a reflexões densas, pode cativar os leitores dispostos a se encantarem pelo mistério de um homem, sua caminhada e sua história.

Vinícius de Moraes, no poema São Francisco, diz "De pé no chão levando nada, no seu surrão dizendo ao vento". Com essa premissa, Claudine projetou o cenário em uma lavanderia, onde imaginou como seria se um homem entrasse e abandonasse os seus últimos pertences. "No caso, as roupas. E partisse, pela cidade. Como escritora, pensei em reconstituir essa caminhada, como uma detetive ou repórter, buscando entender a caminhada desse homem pelo olhar dos personagens que foram impactados em sua passagem. O nome, acho meio óbvio, é livremente inspirado no Francisco de Assis e sua ternura", enfatiza a autora.

A narrativa leva a história de Francisco que, ao percorrer a cidade, nu, vai deixando um rastro de verdade ao longo de seu destino. O desenrolar dos passos e do  caminhar provocam reflexão sobre tamanha desigualdade e promovem a valorização das coisas mais simples da vida que, por vezes, é invisibilizada ao olhar humano.

A também arquiteta Claudine M. D. Duarte faz da obra uma experiência de prazer para o leitor, com as ilustrações de Carmen San Thiago e o intuito em levar a profissão de arquitetura para a dramaturgia. "Acho que a arquitetura me convida a imaginar cenários, como os personagens se movem e também no projeto gráfico. Espero que o público se emocione e que possa imaginar outros caminhos e outros passos para o Francisco de cada um", reitera.

Francisco faz parte do coletivo Maria Cobogó, no qual promove o lançamento da obra. O evento ocorre hoje, no Quanto Café (CLN 103 BL A Loja 52), a partir das 18h. "O Maria Cobogó é um coletivo de mulheres que se dão as mãos. Sem esse coletivo, eu não teria força e coragem para mostrar meus escritos. Minha primeira publicação, Desencontos, ocorreu junto com o nascimento da Maria Cobogó, em agosto de 2018. Hoje, quatro anos depois, Francisco é o meu 4º livro e ganhei a narração do conto pela querida Marcia Zarur. Somos família", afirma Duarte.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

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