ESTADOS UNIDOS

Musk anuncia suspensão de West do Twitter após mensagens de apoio a Hitler

Durante uma participação no programa "Infowars", apresentado por Alex Jones, famoso teórico da conspiração, o rapper americano fez declarações antissemitas

Agence France-Presse
postado em 02/12/2022 19:28 / atualizado em 02/12/2022 19:41
 (crédito: Jean-Baptiste Lacroix / AFP)
(crédito: Jean-Baptiste Lacroix / AFP)

O Twitter suspendeu nesta sexta-feira (2/12) a conta de Kanye West, depois que o rapper americano publicou uma imagem que mostra uma suástica entrelaçada com uma estrela de David e que expressou admiração por Adolf Hitler.

"Apenas esclarecendo que a conta está sendo suspensa por incitação à violência", afirmou o proprietário da rede social, Elon Musk, em uma resposta ao tuíte de West, cada vez mais isolado por suas declarações antissemitas e por expressar admiração a Hitler.

Musk, dono da plataforma desde o fim de outubro, havia defendido até agora uma postura de liberdade de expressão absoluta.

Durante uma participação no programa Infowars, apresentado por Alex Jones, famoso teórico da conspiração, o rapper americano, agora conhecido como Ye, fez as declarações antissemitas.

"Eu amo Hitler", disse o artista de 45 anos em vários momentos, o que provocou revolta de milhões de pessoas nas redes sociais.

"Longe demais" 

Horas mais tarde, Musk anunciou a suspensão da conta de Ye da rede social, depois que o artista divulgou uma conversa com o empresário.

"Eu sinto muito, mas você foi longe demais, isto não é amor", escreveu o proprietário do Twitter em uma mensagem privada. West respondeu em tom de desafio: "Quem fez de você um juiz?"

Kanye West também compartilhou uma foto de Elon Musk sem camisa e sendo borrifado com água, com a legenda: "Vamos sempre lembrar disso como meu tuíte final".

A publicação da imagem que associa os símbolos do regime nazista e do judaísmo é a mais recente das provocações do artista, que perdeu vários contratos com grandes empresas, como Adidas, Gap e Balenciaga.

Também na quinta-feira, a matriz da rede social Parler, Parlement Technologies, anunciou o cancelamento das negociações de venda da plataforma para West, mas indicou que a decisão já havia sido tomada em meados de novembro.

Parler é muito popular entre os ultraconservadores por sua defesa da liberdade de expressão a qualquer custo, praticamente sem limites.

Kanye West expressou o desejo de comprar a plataforma depois que declarações antissemitas o tornaram 'persona non grata' no mundo dos negócios e levaram Instagram e Twitter a remover algumas de suas postagens.

Nesta sexta-feira, o presidente Joe Biden instou os políticos a se pronunciarem contra o antissemitismo.

"Hitler era uma figura demoníaca", tuitou Biden. "E, ao invés de oferecer-lhes uma plataforma, nossos políticos deveriam denunciar e rejeitar o antissemitismo", acrescentou.

"Amo os nazistas" 

Na quinta-feira (1/12), durante o programa "Infowars", o rapper que afirma sofrer de transtorno bipolar e que há alguns meses declarou que poderia disputar a presidência dos Estados Unidos em 2024, se mostrou muito provocativo.

"Eu enxergo coisas boas sobre Hitler também", disse Ye. "Não posso dizer que essa pessoa [Hitler] que inventou as estradas e os microfones que uso como músico não fez nada de bom".

"Cada ser humano tem algo valioso que trouxe para a mesa, especialmente Hitler", insistiu.

"Os nazistas fizeram coisas realmente ruins", respondeu o apresentador Alex Jones, recentemente condenado a pagar mais de um bilhão de dólares por ter afirmado que o massacre na escola de Sandy Hook em 2012, que matou 26 pessoas, havia sido uma "montagem".

"Mas fizeram coisas boas também", insistiu Ye. "Eu amo os judeus, mas também amo os nazistas. Não gosto de ver a palavra 'maldade' junto dos nazistas".

Nas últimas semanas, várias pessoas que já integraram o círculo profissional de Kanye West denunciaram o fascínio do artista por Hitler.

Após o novo escândalo, a Coalizão Republicana Judaica condenou Ye e pediu aos que ainda o apoiam a se desvincularem do artista.

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