Música

Justiça inocenta Ed Sheeran em caso de plágio de música de Marvin Gaye

Ed Sheeran estava sendo processado por plágio da canção "Let's get it on" da lenda da música soul americana Marvin Gaye, ao compôr seu sucesso "Thinking out loud"

Correio Braziliense
postado em 04/05/2023 16:48 / atualizado em 04/05/2023 16:50
 (crédito: Reprodução/Internet)
(crédito: Reprodução/Internet)

O cantor e compositor britânico Ed Sheeran, 32 anos, foi inocentado pelo júri de um tribunal de Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (4/5), na acusação de plágio da música Thinking Out Loud (2014). O britânico estava sendo acusado de copiar trechos da canção Let's Get It On (1973), de Marvin Gaye.

Ed Sheeran estava sendo processado pelos herdeiros de Ed Townsend, coautor do hit de Gaye, que alegaram "semelhanças surpreendentes e evidentes elementos comuns" entre as duas músicas.

O músico testemunhou durante o julgamento tentando provar ao corpo de jurados que a progressão de acordes, 1-3-4-5 em questão, é um elemento básico da música pop, que não pertence a ninguém.

Naúltima semana, Ed Sheeran chegou a dizer no tribunal que largaria a música caso fosse condenado. "Se isso acontecer, é o fim, vou parar. Acho realmente um insulto dedicar toda a minha vida a ser um artista e compositor e ter alguém diminuindo isso", declarou.

A equipe jurídica do cantor argumentou que Gaye e Townsend não foram os primeiros a compor uma música com esses acordes, citando várias canções de Van Morrison que usam a sequência e foram lançadas antes de 1973.

"Eles criaram 'Thinking Out Loud' de forma independente", disse a advogada de defesa Ilene Farkas, em seu argumento final. "Você pode ouvir com seus próprios ouvidos como essas melodias soam quando tocadas. Eles não são nem remotamente semelhantes".

Sheeran falou à imprensa 

O cantor leu um comunicado à imprensa na saída do tribunal: "É devastador ser acusado de roubar a canção de alguém quando colocamos tanto trabalho em nosso meio de sustento. Eu sou só um rapaz com uma guitarra que ama escrever músicas para as pessoas curtirem".

Repercussão

O musicólogo Joe Bennett, professor do Berklee College of Music, de Massachusetts, afirmou à Agência France Press que "o mundo em que quero viver é aquele em que ninguém está processando ninguém por uma semelhança melódica ou harmônica de um ou dois compassos, porque essas semelhanças podem facilmente acontecer por coincidência" e que "eles não devem ser protegidos pelos direitos autorais."

O professor de direito especializado em propriedade intelectual da Universidade Vanderbilt, Joseph Fishman, ressaltou a importância da decisão no caso. "Uma das razões pelas quais o caso de Ed Sheeran pode ser realmente importante para a indústria é porque mostraria claramente se o pêndulo realmente balançou para o outro lado, ou se estamos apenas indo e voltando. Esse vai e vem, pode ter um efeito apavorante para os compositores, porque você nunca sabe se será o próximo", destacou.


*Com informações da AFP

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