Aniversariante

Bob Dylan chega aos 82 anos como um dos maiores ícones do folk

O artista, laureado com múltiplos prêmios e nominações, marcou gerações com suas letras potentes, engajadas e poéticas

*Franco C. Dantas
postado em 25/05/2023 11:08
 (crédito: ISTVAN BAJZAT)
(crédito: ISTVAN BAJZAT)

Nesta quarta-feira (24/5), o cantor, compositor, escritor e ícone da contracultura Bob Dylan completou 82 anos de idade. Com uma carreira recheada de grandes discos e momentos de destaque artístico, comercial e mesmo acadêmico, o músico é um dos artistas mais influentes da história, seja na indústria fonográfica, na política ou na sociedade.

Nascido em Minnesota, Bob Dylan passa a construir de fato seu sucesso quando se muda para Nova York, com 20 anos, em 1961, inspirado musicalmente por nomes como Pete Seeger, Little Richard, Buddy Holly e Woody Guthrie. Tocando violão, gaita e piano, Dylan se firma inicialmente como músico acompanhante ao mesmo tempo em que apostava na própria voz, divisora de opiniões, na carreira solo, com um começo de pouco êxito comercial.

Seu segundo disco, The freewheelin’ Bob Dylan (1963), marca uma mudança no panorama de sua carreira, ao cativar um grande público e trazer músicas de notável profusão à época, como o clássico Blowin’ in the wind. No álbum, o cantor mantém vivo o legado de Woody Guthrie, ao incorporar letras de protesto ao universo do folk, com os comentários acerca da ebulição político-social da comunidade americana em meio a Guerra Fria.

A relação com o rock, com que Dylan flertava desde o começo da carreira, se intensifica nos anos seguintes, com a ascensão do rock britânico e do movimento hippie. Na metade dos anos 1960, o compositor eletrifica seu som e alguns de seus maiores hits são lançados, como Like a rolling stone, The times they are a-changin’ e Mr. tambourine man, importantes para artistas contemporâneos como os Beatles, que o cantor inclusive influenciou diretamente na guinada psicodélica.

Na década seguinte, consolida mais algumas de suas principais composições, como Knockin’ on heaven’s door e Hurricane. A aclamada sequência foi interrompida por uma repentina conversão ao cristianismo, que culminou no lançamento de três discos de música gospel. Apesar das críticas, a fase religiosa rendeu seu primeiro Grammy solo, na categoria de melhor performance vocal masculina, com a música Gotta serve somebody.

Além do Grammy, que conquistou um total de 10 vezes, o cantor ainda teve a honra de levar para casa o Oscar e o Globo de Ouro, pela participação na trilha sonora de Garotos incríveis, o Pulitzer, pelo impacto na cultura americana, e o Nobel de Literatura, pelo seu letrismo poético na música.

Um filme biográfico do cantor, dirigido por James Mangold, está em pré-produção, e deve começar a ser gravado em agosto. Já se sabe que Timothée Chalamet vai encarnar o artista, contracenando com nomes como Benedict Cumberbatch e Elle Fanning. Os filmes Rolling thunder revue (2019), de Martin Scorsese, e Não estou lá (2007), de Todd Haynes, também adaptam episódios da vida de Bob Dylan, ainda objeto dos documentários No direction home (2005) e Don’t look back (1967).

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