tecnologia

Primeiro EP da Cerrado Córtex traz história de superação da pandemia

O projeto Cerrado Córtex nasceu durante a pandemia com a intenção de explorar os obstáculos trazidos pelo vírus. A banda lançou em abril o primeiro EP e planeja mais outros dois lançamentos de material inédito

Franco C. Dantas*
postado em 30/05/2023 10:09 / atualizado em 30/05/2023 18:14
 (crédito: Titi Bordélia/Acervo Pessoal)
(crédito: Titi Bordélia/Acervo Pessoal)

O setor musical inegavelmente foi um dos mais afetados pela pandemia do covid-19. Não só era impossível fazer shows, como também ensaiar e compor em conjunto, como banda. Foi nesse contexto, inicialmente infértil e improdutivo, que o projeto Cerrado Córtex, uma auto-proclamada pós-banda, pôde florescer, explorando as possibilidades de superação desses obstáculos impostos pelo vírus. O primeiro EP, homônimo, foi lançado no final de abril e expressa a temática com um misto de música eletrônica, rock e ritmos brasileiros.

O projeto teve o ponto de partida na parceria entre os músicos Titi Bordélia e André Arraes, no ápice do isolamento social, ponderando acerca da possibilidade de fazer música mediada por computadores e interfaces digitais. "Eu sempre ficava mandando novas composições para os amigos, mas sem saber direito como eles poderiam interagir nesse contexto de isolamento", conta Titi. "Isso forçou aprendizado e interação com esses novos meios. Foi feita muita pesquisa através de vídeos e textos na rede para materializar o som."

A recente ascensão de softwares de inteligência artificial que manipulam som e música foi fundamental para o desenvolvimento conceitual do Cerrado Córtex. O projeto flerta com esse tipo de ferramenta e levanta reflexões acerca de seu impacto no universo artístico.

"A música é tecnologia. Antes da máquina fotográfica, muitos pintores estavam registrando o mundo de forma realista. Depois da fotografia, a pintura teve a possibilidade de registrar luz, emoções, sonhos e outras narrativas poéticas", contextualiza Titi. "Acho que na música já estamos vivendo esse processo, agora podemos fazer músicas com outras possibilidades, materializar novas ideias sonoras."

A "pós-banda" é formada por Titi Bordélia e André Arraes, companheiros no projeto Talo de Mamona, somados aos músicos Rafael Miranda (Jenipapo), Felipe Fiuza, Emília Monteiro e Ytto Morais. Atualmente, trabalham pela divulgação do EP de estreia Cerrado córtex e planejam mais outros dois lançamentos de material inédito. "Agora é rodar o trabalho pela cidade", afirma Titi.

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco


Cerrado córtex (EP)

Produzido por Paulo Andrômeda. Cinco faixas, 18 min, independente. Disponível gratuitamente nas
plataformas digitais.

 


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação