Há sete anos, uma animação estrelada por um dinossauro, O bom dinossauro, levou a Disney-Pixar a competir pelo Globo de Ouro de melhor longa, dado o destaque do diretor Peter Sohn. É ele quem comanda Elementos, a nova aposta do produtor executivo Pete Docter, diretor de Up: Altas aventuras. É convivendo como o envelhecimento do pai, o comerciante e outrora imigrante Brasa, que a protagonista desperta para seus desejos, na trama de Elementos.
Faísca é a jovem que, entre cores diferenciadas e cenários imersivos, observa sua essência, naturalmente, derivada do fogo se entrosar com seres originados por terra, água e ar. Entre episódios em que demonstra certo medo pelo que seja novo, Faísca se esforça por manter em curso as tradições familiares, ainda seguidas pela sua zelosa mãe, a senhora Fagulha. Entre uma penca de incertezas, Faísca fica intrigada com a cativante figura do emotivo Gota (feito a partir de água). Ele, um funcionário da prefeitura, ainda que emotivo ao cubo, não abandona a burocracia e, como agente inspetor de águas, quer enquadrar a loja da família de Faísca nas normas e decretos da Cidade Elemento.
Entre enredos de vazamento, autuações e enchentes, Elementos traz momentos de descontração como os das partidas de aerobol, no estádio Cyclone, em que os chamados "cabeças de vento" divertem personagens como a poderosa chefe Névoa. Afetuoso, a exemplo da mãe, a senhora D´Água, Gota vai, aos poucos, desfazer a atitude raivosa de Faísca. Juntos, eles aprendem a "abraçar a luz, enquanto (o fogo) queima".
Sucesso chamuscado?
Nem tudo entretanto tem sido flores, na chegada de Elementos às telas de cinema. Produtor-executivo do longa, Pete Docter, que também é chefe criativo da Pixar, contou à imprensa estrangeira da falta de pretensão do estúdio — no qual ele já encabeçou filmes como Soul e DivertidaMente — com entretenimento de extremo comprometimento "infantil". Nas bilheterias, Elementos tem enfrentado sérias dificuldades.
Com investimentos de US$ 200 milhões, o longa não chegou aos US$ 30 milhões, na segunda pior estreia em quase 30 anos de atividades da Pixar. Só não perdeu para o Toy Story original. Alguns atribuem o desempenho à líquida e certa disposição das pessoas de aguardar, em casa, pelos lançamentos em streaming. O diretor do estúdio de longas especiais, como Viva: a vida é uma festa, avaliou à revista Variety: "Queremos tornar clara a perda sentida pelos espectadores que não assistam na tela grande".
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