Cinema

Festival de Veneza começa nesta quarta (30/8), com diretores de grife

Com poucos astros para a promoção dos longas, diante de greves, festival aposta na solidez de cineastas como Sophia Coppola, Ava DuVernay, Pablo Larraín e Woody Allen

O leão alado: símbolo que representa Veneza, cidade que é base para o estabelecido festival de cinema -  (crédito: FILIPPO MONTEFORTE)
O leão alado: símbolo que representa Veneza, cidade que é base para o estabelecido festival de cinema - (crédito: FILIPPO MONTEFORTE)
Ricardo Daehn
postado em 30/08/2023 08:00

Com a presença brasileira, não apenas no longa Sem coração (dos alagoanos Nara Normandy e Tião, com projeção no dia 4 de setembro, dentro do importante segmento Horizonte), mas ainda espalhada em alguns dos elencos internacionais, a 80ª edição do Festival de Veneza tem início nesta quarta (30/8). A diretora Liliana Cavani e a estrela Gina Lollobrigida (morta em janeiro passado) puxam as celebrações do mais antigo festival de cinema do mundo, que terá ainda o brilho de Sophie Charlotte, no longa The killer, de David Fincher, previsto para ser exibido no dia 3 de setembro. Solitário e metódico, um assassino, prestes a perder a cabeça, puxa a trama que traz o astro Michael Fassbender.

Na quinta-feira, o evento, que se estende até 9 de setembro, traz o longa Ferrari (de Michael Mann), sobre o magnata do ramo automobilístico, Enzo Ferrari (papel de Adam Driver), e que, situado a partir de 1957, traz como coadjuvante o corredor espanhol Alfonso de Portago, feito por Gabriel Leone. Um filme italiano abrirá o evento, que traria Zendaya, no mais novo longa de Luca Guadagnino (Me chame pelo seu nome). Na falta de Zendaya, entrou o longa Comandante, de Edoardo De Angelis, tratando de evento de 1940, no Atlântico, durante o desenrolar da Segunda Guerra Mundial.

Numa competição que trará filmes de cineastas Matteo Garrone, Stéphanie Brizé, Bertrand Bonello e Agnieszka Holland, o chileno Pablo Larraín comparece com El conde, uma paródia à ditadura de Augusto Pinochet. A Netflix trará o ar da graça com o novo média-metragem de Wes Anderson chamado The wonderful story of Henry Sugar. A mesma gigante do streaming verá a estreia de Maestro, que aborda a trajetória de Leonard Bernstein, sob o olhar e a atuação de Bradley Cooper.

A presença de estrelas como Cailee Spaeny e Jacob Elordi, que integram a nova obra de Sophia Coppola, Priscilla (em torno de Priscilla Presley), é muito incerta. Muitos títulos, diante da falta de visibilidade (com as greves de roteirista e artistas projetados pelos grandes estúdios), migrarm para Telluride. Daí
o interesse pelos produtos independentes, entre os quais The promissed land, de Nikolaj Arcel (com o astro Mads Mikkelsen) e, com a vencedora do Oscar Jessica Chastain, Memory, do mexicano Michel Franco.

Amanhã, o festival gera burburinho com a participação de Luc Besson, à frente de Dogman, no qual o envolvimento com de um homem baqueado com cachorros redimensiona o cinzento cotidiano dele. Cineastas de carreira celebrada como Roman Polanski e Woody Allen, apresentam, fora de competição, os longas The palace e Coup of chance. O festival que já serviu de plataforma para longas como Nomadland (2020), premiado com o Oscar, trará as obras de cineastas estabelecidos como Yorgos Lanthimos (com a fita Pobres criaturas, estrelada por Emma Stone) e Hit Man, filme de Richard Linklater, fora de competição.

Obras relacionadas ao prêmio literário Pulitzer também ganham espaço em Veneza. Origin traz Ava DuVernay como a primeira afro-americana a disputar Veneza, num filme estrelado por Aunjanue Ellis (King Richard), em torno dos conceitos de Isabel Wilkerson sobre a estratificação social dos norte-americanos. Já o autor Herman Wouk, criador do texto de base para The Caine Mutiny Court-Martial, nutriu a derradeira obra do cineasta William Friedkin (eternamente lembrado por O exorcista).

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