Hollywood

Netflix reabre cinema que estendeu primeiro tapete vermelho de Hollywood

Pelo acordo, a Netflix usará o teatro durante a semana para suas exibições, começando nesta quinta-feira (9/11), com 'O assassino', de David Fincher

Para um dos CEOs da Netflix, Ted Sarandos, a oportunidade de salvar essa instituição em ruínas e, no processo, mostrar a rápida transformação de agente disruptivo em ator-chave na indústria do entretenimento, era imperdível       -  (crédito: Reprodução/Robyn Beck / AFP)
Para um dos CEOs da Netflix, Ted Sarandos, a oportunidade de salvar essa instituição em ruínas e, no processo, mostrar a rápida transformação de agente disruptivo em ator-chave na indústria do entretenimento, era imperdível - (crédito: Reprodução/Robyn Beck / AFP)
postado em 09/11/2023 14:47

O Teatro Egípcio, onde há mais de um século foi realizada a primeira estreia de Hollywood com um tapete vermelho em seu pátio decorado com falsos hieróglifos, reabre esta semana, agora administrado pela Netflix.

Parte da história do cinema, este teatro de Los Angeles pode parecer um investimento improvável para a gigante do streaming, que fez fortuna ao convencer os espectadores a assistirem a filmes em seus televisores, computadores e até celulares.

Mas, para um dos CEOs da Netflix, Ted Sarandos, a oportunidade de salvar essa instituição em ruínas e, no processo, mostrar a rápida transformação de agente disruptivo em ator-chave na indústria do entretenimento, era imperdível.

"Hollywood gira em torno de símbolos", disse Sarandos à AFP

"O letreiro de Hollywood e este cinema são, provavelmente, os dois símbolos mais icônicos de Hollywood (…) Este, infelizmente, estava caindo aos pedaços", completou.

O cinema abriu suas portas pela primeira vez em outubro de 1922, com a estreia mundial de "Robin Hood", de Douglas Fairbanks. Antes desse evento, a crescente indústria do entretenimento estava concentrada no centro de Los Angeles, a poucos quilômetros de distância. 

Os organizadores instalaram uma iluminação deslumbrante para fascinar a multidão e estenderam um tapete vermelho no pátio interno do cinema para convidados VIP, como Charlie Chaplin. 

Essa inovação buscou imitar a etiqueta real da Europa e se tornou um modelo para as estreias nessa indústria. 

Nas décadas seguintes, o Teatro Egípcio enfrentou tempos mais difíceis e sofreu danos significativos com o terremoto de Los Angeles, em 1994. 

Passou para as mãos da Cinemateca Americana, uma instituição sem fins lucrativos, que reparou o prédio, mas teve dificuldade em financiar sua manutenção, até que chegou a Netflix. 

A lucrativa plataforma concordou em financiar as obras de renovação do cinema. O custo não foi divulgado, mas as estimativas giram em torno de US$ 70 milhões (R$ 342,3 milhões na cotação atual). 

Pelo acordo, a Netflix usará o teatro durante a semana para suas exibições, começando nesta quinta-feira (9/11), com O assassino, de David Fincher, enquanto a Cinemateca exibirá clássicos, como Lawrence da Arábia, nos finais de semana. 

"Alugamos salas de cinema o tempo todo, em Nova York e Los Angeles, para estreias e eventos", disse Sarandos. 

"Por isso que a ideia de fazer esse esforço em algo que resulte na preservação de algo grandioso era sentido como uma vitória para todos", completou. 

A jogada é a mais recente declaração de intenções de uma empresa que tem investido fortemente, nos últimos anos, para atrair para seus filmes os mais renomados diretores e atores das telonas e para consolidar sua posição como uma companhia no coração do ecossistema de Hollywood, com respeito por suas tradições. 

Há alguns anos, a plataforma de streaming também assumiu o histórico Teatro de Paris, em Nova York.

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