Anos de experiências, vivências e estudos da artista plástica Leni Vasconcellos na África são compartilhados na forma de 24 pinturas a óleo na Casa Thomas Jefferson da 706 sul. A exposição Tesouro estreia nesta sexta-feira (17/11) e, no lançamento, ainda recebe leitura de poemas e um concerto de piano.
Resultado de uma extensa pesquisa, a exposição é o que passou na cabeça da artista nos 13 anos em que viveu na África. Ao todo foram cinco anos em Togo, quatro no Benin e quatro em Camarões, sem contar as diversas visitas a Gana, de onde vem as duas atrações da abertura da exposição: a poetisa e embaixadora de Gana no Brasil, Abena P. A. Busia, e o pianista e doutor, William H. Chapman Nyaho.
As pinturas são baseadas na cultura que Leni vivenciou nos anos em que morou no continente africano. "Eu, como mulher negra, tenho muito orgulho de poder ter vivido essa experiência e trazido para cá como um presente" , conta, em entrevista ao Correio.
A artista nasceu no Rio de Janeiro e chegou a Brasília com apenas 9 anos. Ela é filha de Manoel Vasconcellos, cavaquinista e percussionista que fez parte da fundação do Clube do Choro da capital. "Estou inserida na arte desde pequena", afirma Leni que, além de ter morado em três países africanos, também viveu na Alemanha, mas tem Brasília no coração. "Comecei a fazer arte pintando sobre Brasília", lembra.
Na nova exposição, ela quer presentear o público de Brasília com um grande tesouro que é conhecimento, é beleza, é pessoal e também coletivo. "Essa ida para a África é muito especial, porque acrescentou à forma como eu vejo o mundo", destaca a artista. Leni tenta, por meio das obras, mostrar que África e Brasil não são tão distantes. "É um tesouro poder ir para África e voltar para o Brasil e ver que a nossa cultura veio de lá", garante.
O trabalho fica exposto até o dia 17 de fevereiro, mas não acaba por aqui. Leni acredita que ainda tem muito mais a explorar. "Não tenho como falar o que é a África se só conheci a fundo quatro dos 54 países do continente", diz. "Esse complemento africano, essa luz e essa cor me deram algo que vou trabalhar por muito tempo", adianta. A artista pede para continuar sendo abraçada pela cidade onde cresceu. "Esse é um trabalho grande de pesquisa e minha volta à África será frequente. Espero ser sempre recebida aqui de volta de forma alegre, como se eu fosse uma notícia boa", almeja.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br