Imortal: Liniker é a 1° mulher trans na Academia Brasileira de Cultura

A artista tomou posse da cadeira número 51, que pertencia a Elza Soares, na noite de terça-feira (14/11)

Liniker de Barros Ferreira, de 28 anos, imortal pela Academia Brasileira de Cultura - (crédito: Reprodução/ Instagram/ linikeroficial)

Maria Eduarda Maia* +

postado em 16/11/2023 13:56

A cantora e compositora Liniker, de 28 anos, foi eleita "imortal" ao tomar posse da cadeira número 51, da Academia Brasileira de Cultura (ABC), no Rio de Janeiro, na noite da última terça-feira (14/11). Com a eleição, a artista se torna a primeira mulher transexual a ocupar um lugar na instituição, anteriormente ocupada pela cantora Elza Soares. 

A cerimônia foi realizada na Fundação Cesgranrio, no Rio Comprido, Zona Norte carioca, reunindo diversos artistas da cultura brasileira.

Durante o discurso, Liniker não conteve as lágrimas. “Eu sou muito grata pela voz que eu tenho estudado, pela voz que eu tenho preenchido dentro de mim para poder existir, para poder permanecer em pé, porque estar em pé no Brasil, sendo uma travesti preta, é muito difícil”, disse. 

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“Então, na noite de hoje, com toda essa emoção, eu estou muito feliz, não só por esse lugar, mas também por ter Elza Soares como patrona, essa grande voz, esse grande acontecimento considerada a voz do milênio. Eu fico feliz de ter uma voz e poder cantar para tantas pessoas que também se sentem representadas pelo meu canto e que seguirão ouvindo independente de eu seguir aqui ou não. Muito obrigada”, concluiu a cantora.

A artista compartilhou a conquista nas redes sociais, agradecendo os familiares, amigos e fãs. “Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante. A minha família, meus amigos, meus amores, meus fãs, a academia brasileira de cultura e toda a minha ancestralidade, obrigada. Isso não é apenas um post numa rede social”, escreveu.

Grammy Latino 

Vale destacar que a cantora Liniker também foi a primeira artista trans do Brasil a ganhar um Grammy Latino, em novembro de 2022, na categoria 'Melhor Álbum de Música popular Brasileira', pelo disco Indigo Borboleta Anil. 

* Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco