GREVE EM HOLLYWOOD

Fim da greve: entenda como acabou a paralisação dos atores em Hollywood

A suspensão de várias produções finaliza após acordo com o sindicato dos atores e profissionais de mídia de Hollywood (SAG-AFTRA).

Nesta quarta-feira (8/11), a paralisação que afetou as produções dos grandes estúdios de Hollywood teve fim após 191 dias. O pontapé para o início da primeira greve foi em maio, com a declaração de paralisação do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood (WGA), que finalizou em setembro deste ano, após 148 dias. O Sindicato dos Atores e Profissionais de mídia de Hollywood (SAG-AFTRA), que esteve em apoio ao WGA, se uniu à greve em julho e permaneceu até agora por não chegar a um acordo com a AMPTP (Aliança de Produtores de Cinema e Televisão), órgão que faz os acordos trabalhistas em nome dos estúdios. A SAG-AFTRA finalizou a greve após 118 dias de paralisação.

Essa grande greve em Hollywood, que não aconteciam desde 2008, ocorreu por conta de reivindicações diferentes de cada setor da indústria cinematográfica. O WGA entrou em greve após tentar de rever os contratos com os grandes estúdios, que haviam expirado após três anos atuação. Entre as demandas, estavam propostas de melhores salários em meio a grande concorrência de streamings e a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, potencial instrumento que desvalorizaria o trabalho de roteiristas.

O SAG-AFTRA entrou em greve após proporem a revisão dos royalties das plataformas de streaming, para as quais as produções são enviadas após saírem dos cinemas, e os estúdios negarem. Além disso, o uso indiscriminado de inteligência artificial dentro das produções também era um dos pontos essenciais para a conclusão do acordo.

Essa foi a primeira vez que atores e roteiristas entraram em greve simultaneamente desde 1960. Uma matéria da BBC indicou que a greve dos roteiristas de Hollywood custou cerca de US$ 5 bilhões para a economia dos EUA.

Da parte do sindicato, o SAG-AFTRA teve que ceder uma das reivindicações de que os atores recebessem uma porcentagem mínima da receita de assinaturas dos serviços de streaming, informou o jornal americano The New York Times. Fran Drescher, a presidente do sindicato, colocou a demanda como prioridade, mas ela foi recusada por gigantes como a Netflix, que descreveu o pedido como um passo maior que a perna para o sindicato. Ao invés disso, a AMPTP, associação que representa os estúdios, ofereceu uma nova modalidade de ganho residual baseado no desempenho de programas que estão alocados nas plataformas digitais. Os atores do sindicato acabaram aceitando os termos, finalizando uma das greves em Hollywood.

*Estagiária sob a supervisão de Pedro Ibarra

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