Música

Caetano Veloso é homenageado nesta terça com o Prêmio UBC

Compositor baiano é homenageado hoje no Rio de Janeiro pelo Prêmio UBC, associação sem fins lucrativos que defende os direitos dos autores

Cerimônia de homenagem será realizada no Rio de Janeiro e conta com participação de outros artistas -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Cerimônia de homenagem será realizada no Rio de Janeiro e conta com participação de outros artistas - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 05/12/2023 10:09 / atualizado em 05/12/2023 10:15

O Prêmio UBC, criado em 2017 pela União Brasileira de Compositores, chega à sétima edição, tendo como homenageado Caetano Veloso, nome icônico da música e da cultura brasileiras. A cerimônia vai ocorrer nesta terça-feira (5/12),  na sede da instituição, no centro do Rio de Janeiro, com a participação de outros artistas e pessoas ligadas ao segmento.

Tida como a maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do país, a UBC é uma associação sem fins lucrativos, dirigida por autores, que tem como objetivo a defesa e a promoção dos interesses dos titulares de direitos autorais de músicas e a distribuição dos rendimentos gerados pela utilização das composições, bem como o desenvolvimento cultural.

Gilberto Gil foi o primeiro a ser premiado pela União Brasileira de Compositores. Nas edições subsequentes o prêmio coube a Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Herbert Vianna, Djavan e Alceu Valença. "A UBC é por quem faz música e o prêmio reconhece a importância do autor, valorizando a sua relevância na história mercado da música", ressalta a cantora e compositora Paula Lima, diretora-presidente da instituição.

Caetano Veloso, cuja obra é objeto de celebração nesta noite, iniciou a trajetória musical em 1964, em Salvador, quando ao lado de Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa apresentou no Teatro Vila Velha o espetáculo Nós por exemplo. O Brasil tomou conhecimento da arte do cantor e compositor baiano, nascido em Santo Amaro da Purificação, em 1967, por meio de sua participação na segunda edição do Festival de TV Record, no qual classificou-se em quarto lugar com Alegria Alegria.

Tropicália

Logo depois, se juntou a Gilberto Gil na criação da Tropicália, movimento musical que propunha uma revolução estética e comportamental na cultura brasileira. A repercussão causou incômodo à ditadura militar. O ditador de plantão os levou à prisão e ao exílio, em Londres, onde Caetano gravou o LP Transa,considerado o mais cultuado de sua discografia,que contabiliza 50 títulos.

Na festa do Prêmio UBC, além da homenagem a Caetano, grandes nomes da MPB vão interpretar versões inéditas de canções do astro baiano. A direção artística é de Zé Ricardo, que tem se destacado nesta função nos festivais Rock in Rio e The Town.

"Caetano é onde o Brasil é mais amorosamente baiano e global." Suas canções e usina intermitente de pensamentos enriquecem a produção criativa do país,com assertividade e sensibilidade sempre singular, com percepções e perplexidades que nos emocionam e fazem refletir, sempre, numa nova construção", ressalta Marcelo Castello Banco, diretor-executivo da União Brasileira de Compositores. "O Prêmio UBC mais uma vez estará em boas mãos, de um grande compositor admirado no mundo inteiro. É uma honra e uma bem-vinda responsabilidade poder contar com ele e sua transcendente obra", acrescenta.

Conexão com Brasília

Artista inquieto, com uma das obras mais relevantes da música popular brasileira, Caetano Veloso tem relação de muitos anos com Brasília. Já há algum tempo vem incluindo a Capital Federal no roteiro de suas turnês, além de compor canções nas quais faz referência à cidade.

Na música-tema Tropicália, ele canta: "Eu inauguro o monumento no Planalto Central do país...". Num dos versos de Flor do Cerrado, diz: "E da próxima vez que eu for a Brasília/ Eu trago uma flor do Cerrado pra você...". Já Linha do Equador traz na letra: "Passa mais além do céu de Brasília/ Gosto tanto dela assim..."

Entre os shows que apresentou aqui, alguns se tornaram marcantes. O primeiro deles foi o Doces Bárbaros, ao lado de Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa, em 1976. Outro que, certamente, está na memória dos fãs é o que marcou o encerramento da Bienal do Livro, em 23 de abril de 2012, na Esplanada dos Ministérios.

Teve o de 7 de abril de 2022, no lançamento do álbum Meu coco, no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O mais recente, foi um recital de voz e violão, pelo projeto Na Praia, em 31 de julho último.

 


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