EXPOSIÇÃO

Tradição cultural cerratense é tema de exposição de Davi Mello

Expressões imateriais cerratenses mesclando o universo da fotografia com as poesias das estrofes de cordel, escritas em parceria com a comunicadora Keyane Dias, fazem parte da exposição

Davi Mello explora as tradições populares candangas em Pareiada -  (crédito: Divulgação)
Davi Mello explora as tradições populares candangas em Pareiada - (crédito: Divulgação)
postado em 12/12/2023 10:26 / atualizado em 12/12/2023 10:37

Movido por uma sede de exploração das mais diversas formas da tradição cultural brasiliense, forjada muito a partir do choque entre goianos, mineiros e nordestinos, o multifacetado fotógrafo e cordelista candango Davi Mello lança uma rica exposição. Em Pareiada: memórias brincantes das culturas populares do Distrito Federal, em cartaz no Iphan até 12 de janeiro, Mello se debruça sobre expressões imateriais cerratenses mesclando o universo da fotografia com as poesias das estrofes de cordel, escritas em parceria com a comunicadora Keyane Dias.

Já levada a centros como Espaço Cultural Renato Russo, Sesi Taguatinga, Escola Nacional de Administração Pública e Festival do Futuro, a exposição nasceu após uma leitura minuciosa de um romance de Ariano Suassuna. "A Pedra do Reino é um livro bem grande, eu demorei nove meses para ler, e ele traz todo um universo do encantamento, da magia desse imaginário das nossas culturas populares", explica Davi Mello.

São 30 fotografias, registradas e coletadas ao longo de mais de 10 anos, que compõem o âmago da exposição, aliadas à tradição cordelista. "Eu não queria coisas muito objetivas. Não desejava uma descrição muito formal sobre o que é o Boi de seu Teodoro. Queria que tudo estivesse dentro do sutil, então a ideia foi fazer poesia dentro do universo da cultura popular", ressalta o fotógrafo. Outros 30 estandartes, elaborados pela cenógrafa Thaís Sampaio, complementam a experiência artística.

A Pareiada é dividida em seis eixos temáticos. Em Terra de São Saruê, o enfoque está na arte de bonequeiros do universo do mamulengo. Em Coisa de Poeta Cantador, cordelistas e poetas populares roubam a cena. Em Terreirada, batuques, rodas e encantarias afro-brasileiras são destaque. Em A Brincadeira Já Vai Começar, a palhaçaria e o circo levam alegria ao público. Em Sala de Reboco, a graça são os forrós sanfonados e rabecados. Por fim, em Banda de Pife não Pode Acabar, os olhos se voltam aos grupos que ressoam ventoinhas inspiradas em Mestre Zé do Pife e outros pifeiros do Brasil.

De todas as manifestações culturais exploradas, entretanto, foi realmente a cultura do pife que mais chamou o olhar do fotógrafo. "É um universo que foi muito introduzido pelo Mestre Zé do Pife, pernambucano de São José do Egito, que morou 30 anos aproximadamente aqui em Brasília, ensinando a tradição do pife, que é uma flauta de bambu. além de toda a tradição ao redor do pife, ensinando zabumba, pandeiro, caixa, triângulo, ensinando as histórias, as músicas, todo esse contexto, todo esse encantamento", destaca Davi Mello.

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco

Serviço


Pareiada: memórias brincantes das culturas populares do Distrito Federal

Em cartaz na Sala de Exposições do Iphan (SEPS 702/902), até 12 de janeiro, de segunda a sexta, das 9h às 18h. Entrada franca e livre para todos os públicos.

 


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