Dança

Dois espetáculos da Nalini Cia. de Dança estão em cartaz no Teatro Galpão

Em turnê pelo Brasil, a Nalini Cia. de Dança apresenta dois espetáculos no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo

Cena do espetáculo Titiksha, em cartaz no Teatro Galpão Hugo Rodas -  (crédito: Ana Yoneda)
Cena do espetáculo Titiksha, em cartaz no Teatro Galpão Hugo Rodas - (crédito: Ana Yoneda)

A Nalini Cia de Dança desembarca no Espaço Cultural Renato Russo no próximo fim de semana com dois espetáculos do repertório. Titiksha e Nega Lilu ganham sessões no Teatro Galpão Hugo Rodas no sábado e no domingo com histórias embaladas pelas coreografias de Valeska Vaishnavi, diretora da companhia goiana.

Titiksha estreou no final de 2019 mas, com a pandemia declarada em 2020, teve as apresentações suspensas e ficou restrito a sessões on-line. Em 2021, voltou aos palcos com público presencial e, agora, chega a Brasília com uma coreografia baseada em fatos históricos. Em sânscrito, o nome do espetáculo significa resiliência. Valeska achou que era uma ideia bastante propícia para um espetáculo nascido da descoberta do herói indígena Ajuricaba, índio guerreiro envolvido na tentativa de expulsar os colonizadores no Norte do país no século 18.

No palco, dançada pela própria Valeska, a coreografia não fala apenas do índio, mas de todos os oprimidos que encontram a morte ao lutar contra o opressor. "Achei melhor fazer um tema mais abrangente", explica a coreógrafa. "Os povos originários foram a inspiração, mas trouxemos essa questão de todo povo que precisa estar sempre se defendendo, protegendo sua cultura, sempre sendo atacado de alguma forma. A gente tentou usar essa questão da resiliência. Criamos um ser mítico multifacetado".

Com os pés fincados no chão, tal qual uma árvore, a criatura idealizada por Valeska vai, aos poucos, sendo desterrada e desalojada. Diversas referências contemporâneas orientaram a criação dos movimentos, inclusive o que a coreógrafa chama de tribal fusion, uma junção de danças do ventre, indiana e flamenca. "Começa, bem harmônico, com aquele ser rústico em cima de um tapete como se fosse uma coisa territorial. É um espetáculo que traz uma reflexão mais dura, filosófica", avisa.

Nega Lilu é mais leve e descontraído. Baseado em livro de Larissa Mundim sobre as fases da paixão e do amor entre duas mulheres, o espetáculo é dançado por Isabel Mamede e Lunna Gomes em um duo criado em 2011. Embalado por uma playlist fornecida pela própria autora do texto, o espetáculo foi o primeiro criado por Valeska, que é ex-bailarina da Quasar Cia. de Dança, e chegou a ser apresentado em várias cidades. "O conto é bem erótico e eu quis focar nos sentimentos das personagens, com os quais muita gente se identifica, independente de ter uma relação homossexual ou heterossexual", avalia Valeska. "São sentimentos pelos quais todo mundo passa, desde a empolgação inicial até o ciúmes, o rompimento, as dificuldades, tudo que acontece entre as pessoas durante um relacionamento. E é mais dança do que teatro, então não é uma história contada e sim as sensações da personagem."

Serviço


Titiksha

Com Nalini Cia de Dança. Sábado, 3 de fevereiro, às 20h, no Teatro Galpão Hugo Rodas (Espaço Cultural Renato Russo)


Nega Lilu

Com Nalini Cia de Dança. Domingo, 4 de fevereiro, às 19h, no Teatro Galpão Hugo Rodas (Espaço Cultural Renato Russo). Entrada gratuita

 


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postado em 01/02/2024 10:18 / atualizado em 01/02/2024 10:31
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