Diversão e Arte

Lorde revela que uso terapêutico de MDMA ajudou a superar medo de palco

Cantora neozelandesa compartilha experiência com “terapia de MDMA” em programa de TV

Durante uma entrevista ao programa The Late Show with Stephen Colbert, exibido nos Estados Unidos, a cantora neozelandesa Lorde surpreendeu o público ao revelar que participou de um tratamento experimental com MDMA também conhecido como ecstasy ou molly  para lidar com o medo intenso de se apresentar ao vivo.

A artista relatou que a chamada “terapia de MDMA” foi fundamental para sua evolução emocional e profissional, permitindo que superasse bloqueios que a acompanhavam desde o início da carreira.

“É realmente terapia com MDMA. Mudou completamente o meu medo de palco”, disse Lorde no programa. Segundo ela, o processo não envolveu uso recreativo da substância, mas sim um acompanhamento terapêutico que visava acessar memórias e emoções armazenadas profundamente no corpo.

Lorde, que alcançou fama mundial ainda muito jovem com o sucesso do álbum Pure Heroine, sempre foi vista como uma artista introspectiva e sensível, o que levou muitos fãs e especialistas a especularem sobre sua relação com a fama e a pressão dos palcos.

Agora, aos 27 anos, a artista compartilha que a experiência com o MDMA foi um divisor de águas em sua vida pessoal e artística.

“Algumas dessas coisas vivem muito profundamente no corpo e você se apega a elas. Você se apega a uma reação como o medo do palco por razões que nenhuma psicoterapia ou uso do cérebro conseguiria resolver. Mas quando você ignora isso e chega ao corpo, algo muda. E isso realmente aconteceu comigo”, explicou a cantora.

Apesar de seu relato positivo, o uso de MDMA fora de contextos científicos ou médicos continua ilegal na maior parte do mundo. A substância é classificada como droga ilícita em diversos países, incluindo Nova Zelândia e Estados Unidos, onde apenas estudos clínicos autorizados podem fazer uso dela.

No entanto, nos últimos anos, pesquisas têm apontado que o MDMA, quando utilizado em ambientes controlados e com supervisão profissional, pode ter efeitos promissores no tratamento de distúrbios como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade severa e, como no caso de Lorde, traumas associados a experiências pessoais.

Lorde: Substância é considerada ilegal em grande parte do mundo

O depoimento de Lorde reacende o debate sobre os usos terapêuticos de substâncias psicodélicas e a importância da regulamentação segura desses tratamentos.

Instituições como a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) e a MAPS (Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies) vêm conduzindo estudos rigorosos sobre os impactos positivos e riscos envolvidos no uso medicinal de drogas tradicionalmente associadas ao uso recreativo.

A revelação da cantora recebeu apoio de parte dos fãs nas redes sociais, que elogiaram sua coragem e transparência ao tratar de um tema ainda cercado de estigmas.

A artista não indicou se pretende continuar com esse tipo de terapia, mas ressaltou que a experiência teve um efeito libertador em sua relação com o palco.

Com essa fala pública, Lorde se junta a um grupo crescente de artistas e figuras públicas que têm abordado o uso terapêutico de substâncias psicodélicas como ferramenta de autoconhecimento e superação emocional.

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