Durante sua participação no podcast exclusivo do Spotify, Miley Cyrus deu um mergulho profundo em sua trajetória — da era Hannah Montana ao momento atual de sua carreira, dominado pelo recém-lançado “Something Beautiful”. E o papo foi além do que os fãs poderiam imaginar: Miley abriu o jogo sobre a criação da icônica personagem da Disney e compartilhou detalhes do próximo capítulo musical que está por vir.
Sem filtro, a artista contou que Hannah nunca foi apenas uma invenção dos estúdios: “De certa forma, Hannah sou eu. Ela não era exatamente o que idealizaram.” Miley explicou que trouxe elementos próprios para a personagem desde o início — incluindo as famosas interjeições musicais inspiradas diretamente em Shania Twain e Faith Hill. “Todos àqueles ad libs eram a minha versão da Shania. Porque ela sempre fala coisas como ‘let’s go, girls’, ‘that’s right’, ‘put on your boots’… Então eu fazia a minha própria versão da Shania, da Faith Hill. Aquela mistura de country e pop.”
A conexão emocional com a personagem ficou ainda mais clara quando ela falou sobre sua infância nos bastidores dos shows do pai, Billy Ray Cyrus. “Meu pai chamava de ‘escapar da babá’, quando ele me deixava no ônibus e eu aparecia no palco cantando músicas de ‘Love Boat’”, lembrou. A veia artística, ao que parece, sempre esteve pulsando.
Miley aproveitou a entrevista para revelar que já tem 12 faixas prontas para o álbum que sucederá Something Beautiful. A notícia chega em meio à intensa agenda promocional da cantora, que recentemente brilhou no evento Billions Club do Spotify, em Paris, com um pocket show só de hits bilionários — entre eles, “Flowers”, “Party In The U.S.A.” e “Wrecking Ball”.
Falando em “Party In The U.S.A.”, Miley classificou o single como um verdadeiro “hino nacional dos EUA”, refletindo a potência atemporal da faixa, que hoje acumula quase 2 bilhões de reproduções na plataforma. “Só pode cantar se for hit” virou lema — e a performance no Billions Club comprovou que ela tem um catálogo recheado deles.
E se você acha que a artista vai descansar tão cedo, pense de novo. Miley está mais produtiva do que nunca, entre ensaios, experiências imersivas e novas músicas engatilhadas. Se Something Beautiful marcou uma fase de renascimento criativo, o que vem a seguir promete ser ainda mais pessoal — e ousado.
Miley Cyrus: classificamos todos os discos da cantora
Desde que apareceu nas telas como Hannah Montana em 2006, Miley Cyrus percorreu uma jornada artística marcada por transformações ousadas e experimentações sonoras. Com nove álbuns de estúdio no currículo, a artista segue surpreendendo: em 30 de maio de 2025, ela lançou Something Beautiful, um álbum visual acompanhado de um filme musical e promovido com apresentações intimistas em formato acústico. O projeto não só marca um ponto alto criativo, como também reforça sua posição como uma das vozes mais versáteis do pop contemporâneo.
A repercussão tem sido imediata. Something Beautiful entrou para a lista da PEOPLE com “100 Razões para Amar a América” e ganhou elogios da crítica por sintetizar as muitas fases da cantora em uma narrativa coesa e emotiva. Em faixas como “End of the World” e “Easy Lover”, Cyrus entrega a energia pop que a consagrou, enquanto músicas mais longas, como “Walk of Fame”, exploram novos territórios sonoros e mostram uma artista em pleno domínio de sua arte.
Para entender o impacto desse lançamento, vale revisitar os capítulos anteriores da carreira de Miley — cada um deles com sua identidade própria, e todos essenciais para a construção de Something Beautiful.
Da adolescência ao experimentalismo
O início foi com Meet Miley Cyrus (2007), um disco que, embora impulsionado pelo sucesso de “See You Again”, ainda se confundia com a imagem da personagem da Disney. Em seguida, veio Breakout (2008), que amadureceu o pop-rock adolescente com hits como “7 Things”.
A tentativa de romper com a era Disney ficou clara em Can’t Be Tamed (2010), onde Cyrus abraçou a dance music com atitude, mas ainda buscava firmeza vocal e artística. Essa virada só se consolidaria em Bangerz (2013), álbum que fundiu electropop e hip-hop com confiança e rendeu sucessos como “We Can’t Stop” e “Wrecking Ball”.
Nunca acomodada, a cantora partiu para o psicodelismo com Miley Cyrus & Her Dead Petz (2015), lançado de surpresa e sem apoio da gravadora. Experimental e caótico, o projeto serviu como laboratório criativo, com momentos que hoje são vistos como precursores de sua liberdade artística atual.
Reconexão, maturidade e rock’n’roll
Em Younger Now (2017), Cyrus se reconectou com suas raízes country, em um álbum introspectivo e suave, que ficou marcado pela colaboração com Dolly Parton. Já Plastic Hearts (2020) mostrou uma nova face da cantora: uma roqueira de voz rasgada e presença visceral. Ao lado de nomes como Joan Jett e Billy Idol, ela entregou uma das performances vocais mais impactantes da sua carreira.
Na sequência, Endless Summer Vacation (2023) trouxe o megahit “Flowers” e uma estética solar, mas não alcançou a mesma consistência de seus antecessores, soando como um apanhado de estilos anteriores, porém menos ousado.
Tudo ao mesmo tempo agora
Chegando a 2025, Something Beautiful representa a fusão de todas essas versões de Miley Cyrus. O disco é maximalista, cinematográfico e emocional — como uma ópera pop construída com os elementos que definiram suas eras passadas, mas com uma maturidade inédita. Se em projetos anteriores ela explorava suas possibilidades, agora ela as domina.
A trajetória de Cyrus sempre foi marcada por reinvenções — nem todas perfeitas, mas todas autênticas. Em Something Beautiful, ela não apenas reúne essas versões, como as supera. É o tipo de álbum que só uma artista com quase duas décadas de carreira, coragem criativa e voz marcante poderia entregar. E se alguém ainda tinha dúvidas, Miley deixou claro: ela é — e continua sendo — um dos nomes mais relevantes da música americana.
Como 2013 impactou a vida e carreira de Miley Cyrus
A cantora Miley Cyrus, 32 anos, abriu o coração sobre os desafios que enfrentou ao assumir uma postura mais livre e aberta em relação à sua sexualidade após deixar para trás a imagem da personagem Hannah Montana, da Disney. Em participação no podcast Reclaiming, apresentado por Monica Lewinsky, a artista relembrou os efeitos colaterais dessa transformação, especialmente em sua vida amorosa e familiar.
Durante a conversa, Miley contou que suas escolhas artísticas e comportamentais nos anos seguintes ao fim da série infantil não foram bem recebidas por possíveis parceiros românticos. “Perdi tudo na minha vida pessoal naquela época por causa das escolhas que eu estava fazendo profissionalmente”, revelou. Segundo ela, sua expressão sexual era interpretada como algo que deveria ser exclusivo de uma relação íntima, o que gerava desconforto. “Ninguém queria namorar comigo porque não queria estar com uma mulher cuja expressão sexual não era para eles”, afirmou.
Entre os momentos que marcaram essa fase, Miley citou o lançamento de Wrecking Ball em 2013 — cuja repercussão foi impulsionada por sua performance ousada no clipe, no qual aparece nua e lambe uma marreta — e sua apresentação no VMA do mesmo ano, quando fez twerking ao lado do cantor Robin Thicke. Esses episódios, embora fundamentais para sua reinvenção artística, também trouxeram tensões dentro de casa.
A cantora revelou que seu comportamento na época abalou a relação com os familiares. “Era difícil chegar em casa, ver meu pai e olhá-lo nos olhos sem me sentir super envergonhada”, confessou. Além disso, seus irmãos teriam enfrentado dificuldades na escola devido à exposição midiática e julgamentos relacionados à imagem pública de Miley. “Lembro de meu irmão dizer: ‘Eu não te julgo, mas entende o quanto é difícil ir à escola e você ser minha irmã?’”, contou, emocionada.
