Artes visuais

Das redes para a pintura: obra de Ana Júlia Vilela traz conversa inusitada

Exposição na Galeria Casa traz obras da pintora Ana Júlia Vilela, que faz da linguagem nas redes sociais material de criação artística

Nahima Maciel
postado em 10/02/2023 07:00
 (crédito: Ana Pigosso)
(crédito: Ana Pigosso)

É do mundo virtual, das redes sociais e dos aplicativos de trocas de mensagens que a artista Ana Júlia Vilela, 26 anos, tira o repertório de símbolos e códigos reproduzidos na série de pinturas de Sem sinal de chuva, em cartaz na Galeria Casa. Nas telas, a linguagem utilizada nas redes sociais serve de base para a artista criar um repertório iconográfico que perpassa boa parte das obras.

A produção de Ana Júlia não chega a ser pictórica nem figurativa, há um pouco dos dois nas pinturas que, geralmente, transitam por cores pastéis e mais claras, embora isso esteja mudando. Na exposição na Galeria Casa, a artista mineira experimenta outras tonalidades. "A paleta dessa exposição está bem contrastante, tem tons muito fortes e claros dividindo o espaço, é um momento de contraste", explica Ana Júlia, atualmente radicada na Itália, onde faz uma residência artística.

As palavras aparecem nas telas para pontuar uma ideia de espaço e tempo, mas também de forma. "As palavras ou as figuras mais presentes estão quase virando paisagem", explica Ana Júlia. "Elas representam esse lugar que a gente está vivendo, esse lugar de espera, uma espécie de incerteza. Para mim, é um reflexo do mundo, com acontecimentos tanto num nível mais interno quanto externo. Por isso as palavras na pintura estão meio cobertas."

Essa exposição é a quarta individual da artista e faz parte de um projeto conduzido pela curadora Mônica Tachotte, da Tachotte&Co, na Galeria Casa. À frente do espaço desde o final de 2022, a curadora quer estabelecer um sistema de parcerias com outras instituições. "Vamos trazer uma série de galerias e a ideia é sempre essa: trazer outros artistas com linguagens diversas para fazer esse intercâmbio com a cidade e fomentar a Galeria Casa como um ponto institucional para as pessoas poderem ver outras coisas", explica Mônica. "A ideia é trazer galerias e artistas de fora de Brasília para fazer um intercâmbio.

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  • Artista plástica Ana Júlia Vilela, que  expõe Sem sinal de chuva na Galeria Casa
    Artista plástica Ana Júlia Vilela, que expõe Sem sinal de chuva na Galeria Casa Foto: Fotos: Bruno Leão - Ana Pigosso
  • Artista plástica Ana Júlia Vilela, que  expõe Sem sinal de chuva na Galeria Casa
    Artista plástica Ana Júlia Vilela, que expõe Sem sinal de chuva na Galeria Casa Foto: Bruno Leão
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