Arlete Salles sempre quis fazer uma peça em família, mas não havia tido a oportunidade até agora. Foi graças ao neto, Pedro Medina, que ela agora sobre ao palco para viver uma história na qual contracena com o filho, Alexandre Barbalho, e com o próprio neto. "Esse era um desejo, mas colocar em prática leva um tempo, arrumar um texto. E essas três pessoas, avó, filho, neto, era difícil a coincidência de uma obra que abrigasse a gente e fosse uma coisa legal para o público", conta a atriz, que está em cartaz no Teatro Royal Tullip nesta sexta (3/3). sábado (4/3) e domingo (5/3) na pele de uma senhora obrigada a dividir o apartamento com o neto em Ninguém dirá que é tarde demais.
Com direção de Amir Haddad e com Lucio Mauro Filho, enteado de Arlete, e Edwin Luisi no elenco, a peça tem a pandemia apenas como pano de fundo. Na dramaturgia criada por Medina, Luiza, vivida por Arlete, e Felipe (Edwin Luisi) são vizinhos e começam a implicar um com o outro durante o período de isolamento. Confinados, eles não se conhecem e tecem toda uma imagem até que ocorre um primeiro encontro. "A pandemia é um pano de fundo, ela aciona a história, dá o start. A história mesmo é sobre dois personagens desalentados, já rabugentos, não muito de bem com a vida e que vão levando até que, de repente, acontece o grande mistério da vida que é o amor", avisa Arlete. "E esse amor traz esses dois personagens de volta à vida. Não é a paixão de dois jovens, mas um amor que tem companheirismo, amizade."
A peça estreou em São Paulo no ano passado e agora está de volta para celebrar os 65 anos de carreira da atriz. Arlete não gosta muito de fazer contagem de décadas, mas está contente por voltar aos palcos com direito a público presencial. Durante a pandemia, ela embarcou em projetos on-line, fez um especial com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, trabalhou com Bruno Mazeo, deu entrevistas para todos os programas da Globo, com a qual tem contrato, mas, ainda assim, sentiu-se frustrada inúmeras vezes. "Não gostava da coisa virtual, acho que isso não chegou para ficar. Em outras profissões, talvez, mas na nossa, não", acredita. "Precisamos estar frente a frente com o colega, com o público, mas, como não tínhamos outro recursos, fizemos algumas coisas assim, Confesso que não gostaria de repetir, saía sempre achando que não tinha feito nada que valesse a pena ser apresentado. Mas era uma forma de resistir e não paramos. O teatro padeceu muito com a pandemia."
Ninguém dirá que é tarde demais
Direção: Amir Haddad. Com: Arlete Salles, Edwin Luisi, Alexandre Barbalho e Pedro Medina. Hoje, às 20h30, amanhã, às 20h, e domingo, às 19h, no Teatro Royal Tulip (SHTN Trecho 1). Ingressos: de R$ 25 até 100,00, à venda no www.sympla.com.br ou na Belini (113 Sul)
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