Crítica // A primeira comunhão ###
Depois da invasão de bonecas em filmes terror, vide Anabelle e M3gan, agora é a vez de outro brinquedo amedrontar nas telas. Ainda que sem nome, e de forma indireta, durante uma celebração, após os trâmites da catequese de crianças, a boneca aparece, trazendo à tona uma forte maldição. A título de curiosidade, ela ainda ilustra o cartaz do filme que chega aos cinemas do Brasil.
Quase 20 anos passaram desde REC, estabelecido pelo cineasta Jaume Balagueró, além do sucesso de J.A. Bayona, à frente de O orfanato, e mesmo do relativo tropeço com A chorona, e A primeira comunhão traz o lastro do bom cinema de horror espanhol. Personagens femininas fortes comandam a ação da qual, com certeza, ainda se ouvirá num futuro próximo (a continuação está evidenciada). Carla Campra interpreta Sara, uma jovem virginal que cada vez mais estreita a amizade com a vistosa Rebe (Aina Quiñones). Entre descobertas e experiências com drogas e festejos, ambas sofrem no desencontrado encontro com durões tipos como Chivo (Carlos Oviedo) e Pedro (Marc Soler). Em casa, Rebe ainda tem abusivo conflito com o pai.
Aos poucos, e fugindo dos roteiros convencionais, o diretor Víctor Garcia amplia os dramas (em escala surreais, e que incluem visões e aparições desencarnadas), colocando algo de pé no chão na trama que incorpora o misterioso padre Manuel e a pequena Marisol. Convincente, ao lado de efeitos visuais manjados, é a sensação de sufocamento acoplada aos pesadelos acordados de algumas vítimas do terror. A cena que humaniza uma abominável figura da trama, igualmente, convence e impressiona.
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