O diretor Gustavo Haeser, do Grupo Tripé, ainda cursava Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB) quando decidiu montar um espetáculo sobre masculinidade e abuso infantil. Ele convidou então alguns artistas da cidade e começou um processo que resultou em Todo mundo perde alguma coisa aos oito anos. A peça estreou em 2018 e agora está de volta a partir desta sexta-feira (1º/9), no Teatro Sesc Paulo Autran, em Taguatinga.
No palco, seis atores vivem personagens infantis que se preparam para uma festa do pijama. "A peça trata de uma engrenagem quase invisível que perpetua o patriarcado, o machismo, a misoginia e a violência de gênero. Levo isso para a cena de uma maneira sem muitas respostas. Divido com o público perguntas, porque não sei se tenho uma solução, ou se chegamos numa solução, mas colocamos perguntas, temos muitos diálogos", avisa o diretor.
Segundo Haeser, o espetáculo é muito imagético e tem um viés cômico forte, mas não é destinado ao público infantil. "Não é uma peça infantil. É uma peça de classificação de 16 anos, a gente tem muito interesse de apresentar para ensino médio a partir de 16 anos, mas é realmente uma peça para pessoas que consigam falar sobre coisas muito delicadas", explica. "Tudo isso para, às vezes de maneira cômica ou às vezes de maneira muito tensa, tentar trazer esses questionamentos, trazer temas que são muito espinhosos na nossa sociedade."
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