Uma das maiores cartunistas da história do Brasil precisa estar além das páginas de jornais, livros e revistas. Laerte Coutinho tem seu trabalho exposto na Caixa Cultural de Brasília no Evento Trans Laerte, com um passeio pelos 50 anos de produção da cartunista, querida em todo Brasil pelas tirinhas que misturam comédia e crítica.
Brasília é a primeira cidade a receber a exposição. Portanto, de terça a domingo, o público da cidade poderá entrar praticamente nos pensamentos de Laerte. São mais de 400 trabalhos, entre charges, tiras diárias, histórias de página única e outras mais extensas, que traçam uma linha e juntam toda essa multiplicidade em um só lugar. O projeto expográfico é assinado pela arquiteta Ana Kalil e a curadoria fica por conta de Nobu Chinen, pesquisador e autor de vários artigos e livros sobre histórias em quadrinhos.
A exposição está em cartaz desde 28 de setembro e fica aberta à visitação até 5 de novembro, na Galeria Vitrine. A ideia é mostrar o trabalho de Laerte o quão há de transgressor, transformador e transmidiático na obra da cartunista, mas ela acredita que vai da subjetividade de cada um como isso vai ser sentido. "Cada pessoa tem um modo particular de ver um trabalho, mesmo sendo o humor uma linguagem que busca ser inequívoca", afirma Laerte, em entrevista ao Correio. "Acho que sempre acabamos recriando um trabalho de humor quando é lido", complementa. "Quando crio, procuro responder a questões que eu mesma formulo. Acho que são mais ou menos as questões que inquietam todas as pessoas."