Governo promete novas medidas de geração de empregos nos próximos dias

O secretário Bruno Bianco comemorou os dados do Caged, mas disse que Guedes e Bolsonaro vão apresentar novidades para estimular a criação de empregos no pós-pandemia em breve

Marina Barbosa
postado em 28/07/2020 14:31 / atualizado em 29/07/2020 19:15
Secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco explicou que o Caged aponta uma perda de 900 mil postos de trabalho em abril -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco explicou que o Caged aponta uma perda de 900 mil postos de trabalho em abril - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O governo federal avaliou como positivo o desempenho do mercado de trabalho brasileiro no primeiro semestre deste ano. Porém, sabe que o Brasil vai sair da pandemia de covid-19 com milhões de novos desempregados. Por isso, promete anunciar nos próximos dias um programa que estimule a geração de empregos no pós-coronavírus.

Dados divulgados nesta terça-feira (28/7) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o Brasil perdeu mais de 1,19 milhão de postos de trabalho formais no primeiro semestre deste ano por conta da crise causada pelo novo coronavírus. O governo destaca, porém, que o fechamento de vagas desacelerou nos últimos meses.

Secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco explicou que o Caged aponta uma perda de 900 mil postos de trabalho em abril, no auge da crise da covid-19. Porém, também mostra que esse saldo negativo caiu nos meses seguintes, chegando a -350 mil em maio e a -10 mil em junho. "É uma melhora significativa que demonstra uma melhora clara do mercado de trabalho. Temos um aumento significativo do número de admissões, na ordem de 24% comparando junho com maio", analisou Bianco.

Ao todo, foram 895,4 mil admissões e 906,4 mil demissões em junho. Os dados são melhores que as 722 mil admissões e as mais de 1 milhão de demissões observadas em junho. E surpreenderam o mercado, sobretudo porque, pouco antes da divulgação do Caged, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou o adiamento da divulgação da taxa oficial de desemprego, que estava marcada para esta quarta-feira (29/07), devido às dificuldades de fazer a coleta de dados necessária a essa pesquisa durante a pandemia.

Bruno Bianco garantiu, por sua vez, que não vê riscos de subnotificação no Caged. Técnicos da Economia confirmaram essa tese, dizendo que, apesar da pandemia, poucas empresas têm deixado para entregar as informações sobre admissões e desligamentos após o prazo do Caged.

O secretário creditou a melhora do mercado formal, portanto, à reação que a economia brasileira tem apresentado após abril. "Estamos vivendo uma retomada", garantiu. Ele ainda disse que a expectativa é que em breve o Caged já revele um saldo positivo co emprego formal, caso essa retomada continue e a reabertura das atividades econômicas suga avançando país agora. "O Brasil está chegando muito próximo de números positivos, levando em conta as demissoes frente as contratações", afirmou Bianco, acrescentando que as "expectativas para julho são muito positivas".

Além disso, o governo acredita que a Medida Provisória (MP) 936 permitiu que milhões de empregos fossem preservados no país durante a pandemia. Segundo a Secretaria de Trabalho, cerca de 10 milhões de trabalhadores já registraram 15 milhões de acordos de redução salarial ou suspensão do contrato de trabalho no âmbito dessa medida provisória. "Antes da MP 936, os estudos indicavam que, se nada fosse feito, o resultado seria uma demissão de até 12 milhões de trabalhadores na pandemia. Ao invés de ter 12 milhões de trabalhadores demitidos, estamos com 10 milhões de trabalhadores com os empregos mantidos", acrescentou o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo. 

Desemprego

Apesar disso, Bruno Bianco reconhece que deve haver um aumento na taxa de desemprego nos próximos meses, já que muitos dos brasileiros que perderam o emprego na pandemia ainda não estão efetivamente procurando trabalho por conta das medidas de distanciamento social e, por isso, ainda não figuram na taxa de desemprego do IBGE. "São grandezas diferentes da que a gente fala no Caged, que trata do emprego formal. Obviamente muitas pessoas saíram da força de trabalho, poque os efeitos da pandemia impedem que a pessoa busque emprego", pontuou.

Novo pacote

Por conta disso, o secretário especial de Previdência e Trabalho disse que o governo deve anunciar em breve um programa focado na geração de empregos no pós-pandemia. "Nos próximos dias, o nosso ministro em conjunto com nosso presidente da República lançarão medidas fundamentais para o incremento do emprego, para a geração do postos de trabalho, para que possamos entrar nessa nova fase [o pós-pandemia]", adiantou.

Bruno Bianco não deu detalhes desse programa, mas afirmou que se trata de medidas que tratam diretamente da geração de empregos. "Já estamos 100% focados no momento pós-pandemia. [...] Nos próximos dias teremos novidades das políticas de preservação do emprego", afirmou.

Além disso, o governo ainda prepara medidas para tentar auxiliar os trabalhadores informais que hoje estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600. "Estamos trabalhando com duas frentes para o pós-pandemia. Proteger o informal, proporcionar a ele oportunidades. Criar oportunidades para todos os brasileiros. Pegar esse grupo de pessoas que conhecemos durante o auxílio emergencial e dar a eles oportunidades. E também manter aqueles que já estão no emprego com seu emprego garantido", afirmou Bianco.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já adiantou que a ideia é permitir a formalização dos informais por meio de uma Carteira Verde e Amarela que permita o registro das horas trabalhadas e não tribute a folha de pagamento, até o limite de um salário mínimo.

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