Volume total de crédito bancário cresce 4,2% no primeiro semestre

Conforme dados do Banco Central, total de empréstimos concedidos no sistema financeiro registra maior alta no período desde 2013, somando R$ 3,6 trilhões em junho

Rosana Hessel
postado em 29/07/2020 15:09 / atualizado em 29/07/2020 22:39
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Após registrar quedas consecutivas durante o momento mais agudo da pandemia de covid-19, o volume total de empréstimos voltou a crescer pelo segundo mês consecutivo em junho, após leve recuo em abril, conforme dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (29/07).

O volume total do estoque de créditos concedidos pelo sistema financeiro cresceu 0,8% em junho chegou a R$ 3,6 trilhões. No semestre, a alta foi de 4,2%, a maior para o período desde 2013. Naquele ano, o volume de concessões de crédito avançou 6,89%, para R$ 2,5 trilhões.

No acumulado em 12 meses, o avanço foi de 9,8%. “Isso mostra uma aceleração nas concessões de crédito, porque, em maio, essa taxa anualizada estava em 9,2%, o que é positivo após a queda registrada em abril”, destacou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, durante entrevista coletiva virtual com jornalistas.

As concessões novas de crédito para pessoa física somaram R$ 116,2 bilhões em junho, alta de 14,2% em relação a maio. No acumulado em 12 meses, o fluxo dessas concessões avançou de 7,8%. Contudo, houve quedas de 13,7%, no trimestre, e de 0,7%, no ano, de acordo com os dados do BC.

O avanço de junho no crédito para pessoa física foi puxado pela retomada de financiamento para a compra de veículos e de imóveis, segundo dados do técnico do BC. Essas duas modalidades tiveram crescimento de 44,8%, para R$ 9,1 bilhões, e 25,1% em junho na comparação com mês anterior, para R$ 10,1 bilhões. Em ambos os casos, o volume de concessões está retornando aos patamares pré-crise, informou Rocha. “Com a pandemia e as medidas de isolamento mais rígidas entre março e abril, houve um represamento dessas contratações e que agora estão sendo desovadas”, avaliou. No início do ano, a média de financiamentos imobiliários estava em R$ 7,7 bilhões, por exemplo.

Segundo o técnico do BC, nos empréstimos para pessoa jurídica, um dos destaques no crédito direcionado foram as concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o programa de financiamento a pequenas e médias empresas, o Pronampe. O volume do crédito direcioando para pessoa jurídica avançou de R$ 91,3 bilhões para R$ 97,5 bilhões entre maio e junho. “Dos R$ 6,2 bilhões a mais nesse montante, R$ 5 bilhões foram majoritariamente atribuídos aos recursos do Pronampe”, pontuou.

O fluxo de concessões de crédito para pessoa jurídica em junho somou R$ 155,7 bilhões, alta de 9,85% na comparação com maio. De acordo com os dados do BC, o estoque total no mercado de crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 11,1 trilhões (153,8% do PIB), aumentando 1,8% no mês de junho. Esses dados incluem também a dívida pública, e parte desse aumento está relacionada ao maior endividamento do governo devido às medidas adotadas para conter a crise, informou Rocha. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 14,5%, resultado dos aumentos na dívida externa, nos títulos de públicos, nos empréstimos e nos financiamentos.

Conforme os dados do BC, o Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), recuou 0,5 ponto percentual em junho, para 18,7%. Na comparação interanual, a queda foi de 2,6 ponto percentual. No crédito livre não rotativo, ocorreram reduções de 0,7 ponto percentual e de 4,8 pontos percentuais nas mesmas bases de comparação, alcançando 24,1%.

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