Desde o início da crise do coronavírus, 35% dos bares e restaurantes fecharam as portas, e 1,3 milhão de empregos desapareceram, segundo a Abrasel. E não se nota disposição dos governos para solucionar o problema
Bares e restaurantes precisam de ajuda
As autoridades brasileiras, sejam elas de qualquer esfera governamental, parecem indiferentes à agonia de um dos setores mais importantes da economia. Desde o início da crise do coronavírus, 35% dos bares e restaurantes do Brasil fecharam definitivamente as portas, e 1,3 milhão de empregos desapareceram, segundo dados da Abrasel, a associação que representa os estabelecimentos. Embora a quebradeira generalizada seja uma tragédia sem precedentes, não se nota muita disposição dos governos para encontrar soluções para o problema. Em Nova York, por exemplo, a prefeitura autorizou que restaurantes de alguns bairros colocassem mesas nas ruas –– literalmente. Elas não ficam nas calçadas, como é comum na Europa, mas em pleno asfalto. A iniciativa, pensada para proporcionar maior separação entre os clientes, mostra a legítima preocupação do governo com empreendedores do setor gastronômico. No Brasil, nenhuma proposta criativa foi sequer discutida.
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Como ficam as privatizações?
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mais uma vez prometeu destravar a agenda de privatizações do governo. Agora, Guedes garante que “três ou quatro empresas” deixarão de ser estatais até o final do ano. Nos últimos meses, o ministro afirmou em diversas ocasiões que o programa de desinvestimentos finalmente sairia do papel, mas, até agora, quase nada de efetivo ocorreu. Não seria o caso de, em vez de disparar promessas, começar de fato a privatizar?
A guerra da Fintwit
A Fintwit, como é chamada a comunidade do mercado financeiro no Twitter, está em guerra. Gestores de fundos, analistas de investimentos e outros especialistas trocam acusações, ironizam a carteira do rival e fazem troça diante de um mau desempenho na Bolsa. O clima piorou com o sobe e desce das cotações na pandemia. É curioso notar a torcida por certos papéis, como se fossem times de futebol. Há os fanáticos pela Via Varejo, existem os fãs da Vale. É o Brasil descobrindo o mercado de capitais.
Indústria de games quebra recordes
A quarentena imposta a boa parte da população mundial teve um efeito impressionante na indústria de videogames. Sem escola e sem trabalho, muitas pessoas mergulharam no universo dos jogos. Umas das líderes do mercado global, a japonesa Nintendo lucrou no trimestre encerrado em junho 428% a mais do que no mesmo período do ano passado, o que se deve principalmente às vendas do console Nintendo Switch. Sony e Activision Blizzard também apresentaram os melhores resultados da história.
Rapidinhas
• Em julho, pela primeira vez na história, o carro mais vendido no Brasil não foi um modelo popular. A liderança ficou com a SUV da Volkswagen T-Cross, que vendeu 10.211 unidades –– foi também a primeira vez que um utilitário esportivo ultrapassou a marca de 10 mil unidades negociadas em um mês. E isso em plena pandemia.
• O fenômeno é global. Nos Estados Unidos, as picapes lideram as vendas de veículos em 2020, algo inédito em um século da indústria no país. Uma das razões para a mudança de comportamento dos consumidores é o preço. O T-Cross custa a partir de R$ 70 mil, enquanto há modelos populares por R$ 50 mil.
• O bom desempenho na Bolsa de Valores de empresas como Magazine Luiza e Via Varejo, em 2020, estimulou a centenária rede varejista Pernambucanas a abrir o capital. A ideia é estrear no mercado até dezembro. Sua história é curiosa. Ela foi fundada no Recife, em 1908, por um sueco. Apesar do nome, não possui loja em Pernambuco.
• O site de comparação de preços de medicamentos Consulta Remédios quebrou recordes durante a pandemia. No mês passado, alcançou a marca inédita de 25 milhões de usuários únicos por mês, que buscam 110 mil produtos de 3,8 mil farmácias cadastradas.
• A coluna errou em nota publicada ontem. O correto é “Boa Vista, empresa de inteligência analítica”.
Amauri Segalla entra em férias a partir de 10 agosto e a coluna voltará a ser publicada em 24 de agosto
“O crédito está fluindo. Se tivermos confiança na agenda de reformas, poderemos crescer um bom tempo sem inflação”
Roberto Sallouti, presidente do banco BTG Pactual
US$ 1,5 bilhão
foi o lucro líquido da montadora japonesa Toyota no seu primeiro trimestre fiscal (de abril a junho), o pior resultado para o período em 9 anos. A culpa foi do coronavírus