IPCA avança 0,36% em julho, maior alta para o mês desde 2016

Aumento do custo de vida foi puxado pelos reajustes da gasolina e da energia elétrica. Dado ficou em linha com a mediana das estimativas do mercado

Marina Barbosa
Rosana Hessel
postado em 07/08/2020 10:00 / atualizado em 07/08/2020 13:49
 (crédito: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press.)
(crédito: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press.)

A inflação oficial encerrou o mês de maio com alta de 0,36%% em relação ao mês anterior, puxada pelos reajustes de gasolina e de energia elétrica, conforme dados divulgados, nesta sexta-feira (7/8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior alta para o sétimo mês do ano desde 2016, quando o custo de vida subiu 0,52%.

Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) avançou 0,26% e, em julho de 2019, subiu 0,19%. No acumulado do ano, registrou elevação de 0,46% e, no conjunto de 12 meses encerrados em julho, a alta da inflação oficial foi de 2,31%. O resultado não surpreendeu os analistas, pois ficou em linha com a mediana das expectativas do mercado, que variaram entre 0,21% e 0,54%.

A inflação foi puxada pelos combustíveis e pela energia elétrica em julho, segundo o IBGE. Afinal, os combustíveis sofreram reajustes para compensar a queda observada no início da pandemia, quando os preços internacionais do petróleo desabaram. Só a gasolina subiu 3,42% em julho. A energia elétrica também sofreu alguns reajustes que estavam represados por conta da pandemia e subiu em 13 regiões brasileiras. Por isso, subiu 2,59% no mês.

Outro impacto altista veio do grupo de artigos de residência, que variou 0,9% devido ao aumento de preços dos artigos de tv, som e informática (2,87%) e dos eletrodomésticos (1,01%), produtos que vêm sendo pressionados já há algum tempo pela alta do dólar.

Já o grupo de alimentação e bebidas, que foi o grande vilão da inflação no início da pandemia do novo coronavírus, ficou praticamente estável em julho, com uma variação de 0,01%. Isso porque, no mês passado, a alimentação no domicílio variou apenas 0,14%. O indicador foi puxado para baixo por produtos como batata-inglesa (-24,79%), cenoura (-20,67%) e do tomate (-16,78%), mas, por outro lado, subiu devido à alta de carnes, leite longa vida (3,79%), arroz (2,20%) e frutas (1,09%).

De acordo com dados do IBGE, todas as 16 áreas pesquisadas para o IPCA tiveram alta nos preços em julho. O menor índice ficou com a região metropolitana de Vitória, com alta de 0,21%, especialmente por conta da queda nos preços da batata-inglesa (-38,28%) e do tomate (-21,19%). O município de Rio Branco, principalmente, devido à alta de 7,04% na gasolina, registrou maior taxa para o IPCA no mês passado, de 0,75%.

INPC sobe 0,44%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das classes mais pobres e é usado como indexador do salário mínimo, do mês de julho apresentou alta de 0,44% na comparação com o mês anterior. Foi o maior resultado para o sétimo mês do ano desde 2016, quando o indicador avançou 0,64%. No ano, a variação acumulada é de 0,80% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,69%. Em julho de 2019, a taxa foi de 0,10%, segundo os dados do IBGE.

Os produtos alimentícios apresentaram alta de 0,14% enquanto os não alimentícios aumentaram 0,53%.As 16 áreas pesquisadas apresentaram aumento, mas o município de Rio Branco registrou a maior elevação do custo de vida, de 0,83%, principalmente em função das altas da gasolina (7,04%) e das carnes (4,64%). A região metropolitana do Rio de Janeiro, por conta, especialmente, das quedas nos preços da batata-inglesa (-29,37%) e do tomate (-28,12%), registrou a menor alta o INPC, de 0,26%.


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