Economia promete medidas de previsibilidade para o agronegócio

Entre as propostas, estão o fortalecimento dos mercados de seguros e opções

Marina Barbosa
postado em 10/08/2020 19:43 / atualizado em 10/08/2020 19:43
 (crédito: EDU ANDRADE/Ascom/ME)
(crédito: EDU ANDRADE/Ascom/ME)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que as exportações do agronegócio para a China vão ajudar a amenizar o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. E ele acredita que as exportações agrícolas só tendem a crescer. Por isso, a equipe econômica está trabalhando em projetos que tentam dar mais previsibilidade ao setor, como o fortalecimento dos mercados de seguros e opções.

Guedes falou sobre a relevância da agropecuária para a economia brasileira durante o Fórum de Incentivo à Cadeia Leiteira, promovido nesta segunda-feira (10/08) pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ele disse que o Brasil praticamente não sentiu o choque externo da crise causada pela pandemia do novo coronavírus por conta das exportações do agronegócio para a China, que praticamente compensaram a redução dos negócios com a Europa, os Estados Unidos e a Argentina no primeiro semestre deste ano.

"O povo do campo é tão forte que remanejamos para a China, para a Ásia. Estamos redirecionando as exportações, de forma que, no primeiro semestre, estamos praticamente no mesmo patamar do ano passado", afirmou Guedes. Ele disse que, por conta disso, o choque externo que poderia reduzir em cerca de 3% o PIB do Brasil neste ano acabou não sendo sentido.

E a expectativa do ministro é que as exportações do agronegócio cresçam ainda mais com o passar do tempo, seja porque este é um setor que tem se mostrado competitivo mundialmente, porque o governo vem trabalhando em um processo de abertura econômica ou porque outras economias mundiais não dispõem dos recursos naturais necessários à produção de itens como a soja. "Está escrito que depois da China tem a Índia, depois o Oriente Médio e depois o Sudeste Asiático. Todo o mundo vem buscar isso aqui", disse Guedes..

Os produtores de leite, representados pela deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), compartilharam do otimismo do ministro. Porém, pediram apoio do governo a projetos que possam modernizar, reduzir os custos e dar mais previsibilidade ao setor.

Guedes reconheceu que é preciso trabalhar para reduzir os custos da energia e da logística brasileira e indicou ser possível trabalhar na facilitação da importação de máquinas e equipamentos que modernizem o setor. E o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, emendou que a questão da previsibilidade já está sendo endereçada pelo governo.

Segundo Sachsida, o governo vem trabalhando em três frentes nesse sentido: o fortalecimento do mercado de seguros, a oferta de instrumentos de mercado para a negociação de contratos futuros de preços e a criação de um banco de dados dos custos regionais de produção.

A ideia é oferecer mais opções seguros de renda e seguros sanitários para o setor e também facilidades no mercado de opções, para que os produtores possam assegurar o preço futuro dos seus contratos. Isso porque, para Guedes, "evoluir para seguros e mercados futuros" é uma forma de o setor se blindar da variação de preços futuros. "Já estamos trabalhando para que, em um horizonte próximo, para qualquer produto agrícola, a pessoa possa ir no banco do Brasil ou qualquer outro banco e usar parte do financiamento que já tem para comprar uma opção e garantir o preço futuro", adiantou Sachsida.

Já o banco de dados dos custos regionais de produção visa dar parâmetros sobre o preço dos insumos necessários à produção agropecuária nas diferentes regiões brasileiras e será construído com base nas notas fiscais eletrônicas do setor. "Não temos como controlar os preços, então queremos parametrizar. [...] Vai funcionar como uma parametrização de preços, vai ter os custos de produção regionalizados e vai facilitar a negociação porque os produtores vão saber o custo da sua produção", explicou o subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri.

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