Serviços crescem 5% em junho, após quatro meses de queda, diz IBGE

Resultado, porém, não compensa as perdas da pandemia. Por isso, o setor fechou o segundo trimestre do ano com uma queda de 15,4%

Marina Barbosa
postado em 13/08/2020 10:02
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Após quatro meses de queda, o setor de serviços deu um sinal de retomada da crise do novo coronavírus. O setor cresceu 5% em junho, influenciado pela flexibilização do isolamento social. Ainda assim, fechou o segundo trimestre deste ano com uma retração de 15,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

O setor de serviços é o mais importante da economia brasileira e também o mais atingido pela pandemia do novo coronavírus, já que algumas das suas principais atividades precisaram fechar as portas devido às medidas de isolamento social, como os bares e restaurantes, as academias e os salões de beleza. Por conta disso, demorou mais que outros setores a dar um sinal de reação.

Segundo o IBGE, os serviços já haviam contraído 1% em fevereiro, antes mesmo da pandemia do novo coronavírus. Depois disso, sofreu tombos de 7,1% e 11,9% em março e abril devido à covid-19. E continuou no vermelho, com uma retração de 0,5%, em maio, quando o comércio e a indústria já começaram a se recuperar da quarentena. Em junho, contudo, cresceu 5%. É a segunda maior alta da série histórica iniciada em 2011.

A alta de 5% foi sentida nas cinco atividades analisadas: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%); serviços de informação e comunicação (3,3%); serviços profissionais, administrativos e complementares (2,7%); dos serviços prestados às famílias (14,2%) e de outros serviços (6,4%). E, segundo o IBGE, reflete sobretudo a reabertura de parte dos serviços prestados às famílias. Tanto que um dos segmentos que mais influenciou o índice foi o de restaurantes.

Longe do nível

“Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, comentou o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, Rodrigo Lobo.

O crescimento de 5% de junho, contudo, ainda deixa o setor de serviços longe no nível pré-coronavírus. O IBGE explica que o setor sofreu uma retração de 18,6% em março e maio deste ano, na pandemia do novo coronavírus. Por isso, ainda está 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, antes das medidas de isolamento social. Como já vinha em ritmo lento mesmo antes da pandemia, os serviços ainda se encontram em um nível 24% inferior ao pico da série histórica, registrado em novembro de 2014.

Por conta disso, o setor de serviços ainda apresentou uma retração de 12,1% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado. E fechou o segundo trimestre deste ano com um baque de 15,4%. O tombo é o maior da série histórica e deve influenciar o resultado do PIB do Brasil no segundo trimestre - indicador que vai ditar o ritmo de crescimento da economia brasileira em 2020.

Os serviços ainda registraram uma contração de 8,3% no acumulado do primeiro semestre deste ano. E essa queda só não foi sentida por 27,7% dos 166 tipos de serviços investigados pelo IBGE. O destaque negativo, contudo, é mesmo dos serviços prestados às famílias, que recuaram 35,2% nos seis primeiros meses deste ano, puxados pela queda nas receitas de restaurantes, hotéis, bufê e outros serviços de comida preparada, por conta das medidas de isolamento social e também pela redução de renda provocada pela pandemia do novo coronavírus.

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