BID vai emprestar US$ 1 bilhão para o Brasil pagar o auxílio emergencial

Financiamento também vai custear o Bolsa Família e o BEm e deve ser amortizado pelo governo brasileiro em até 25 anos

Marina Barbosa
postado em 13/08/2020 18:00 / atualizado em 13/08/2020 18:00
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai emprestar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) para o Brasil. O recurso será usado pelo governo brasileiro para dar seguimento aos projetos de assistência social e preservação do emprego na pandemia do novo coronavírus. Ou seja, para custear os pagamentos do auxílio emergencial, do Bolsa Família e do Benefício Emergencial.

"O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou uma operação de US$ 1 bilhão ao Governo Federal do Brasil para fortalecer a capacidade de resposta emergencial do país às populações vulneráveis e aos trabalhadores. O programa busca contribuir para preservação dos níveis de renda e emprego para as pessoas afetadas pela pandemia no período imediato e durante a recuperação da crise", informou o BID nesta quinta-feira (13/08).

Segundo o BID, a maior parte desses recursos serão usados em programas de renda básica. São US$ 400 milhões para o financiamento do auxílio emergencial e mais US$ 200 milhões para o Bolsa Família, cuja maior parte dos beneficiários também está recebendo os R$ 600 na pandemia do novo coronavírus. "Esses recursos podem financiar o equivalente a 475 mil famílias anualmente por meio do Bolsa Família e mais de um milhão de pessoas por trimestre por meio do Auxílio Emergencial", calcula o BID.

Já os outros US$ 400 milhões serão destinados ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que serve como uma complementação salarial para aqueles trabalhadores que tiveram o salário reduzido na pandemia por meio dos acordos trabalhistas permitidos pela Medida Provisória 936. Neste caso, a estimativa do BID é que o empréstimo garanta o pagamento do BEm para mais de um milhão de trabalhadores.

O BID também informou que esse empréstimo de US$ 1 bilhão passou por um "um dos mecanismos rápidos de aprovação" que o banco desenvolveu para ajudar os países membros a enfrentarem a crise do novo coronavírus. E poderá ser pago pelo governo brasileiro em um prazo de 25 anos, com uma carência de cinco anos e meio. Os juros da operação serão baseados pela taxa Libor (London Interbank Offered Rate).

Este, porém, não é o único financiamento que o Brasil tem que pagar após a pandemia do novo coronavírus. É que o governo também já tomou um empréstimo de US$ 1 bilhão com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, para custear o pagamento do auxílio emergencial há pouco menos de um mês.

Os empréstimos foram anunciados logo após o governo confirmar a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600. Afinal, quando estendeu o período do programa de três para cinco meses, o governo também elevou o custo do auxílio emergencial de R$ 151 bilhões para cerca de R$ 254 bilhões.

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