Onyx sobre Renda Brasil: Vai conectar brasileiros de baixa renda com emprego

O novo programa social do governo será acessado por meio de uma plataforma digital, que vai reunir todas as políticas públicas destinadas aos mais vulneráveis

Marina Barbosa
postado em 21/08/2020 10:20
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse nesta sexta-feira (21/8) que o governo federal pretende conectar os brasileiros de baixa renda com oportunidades de emprego através do Renda Brasil — programa que deve substituir o Bolsa Família e o auxílio emergencial até o início do próximo ano. Tudo será feito de forma digital, por meio de um aplicativo de celular.

"É um programa de renda mínima, onde nós vamos nos valer da expertise que ganhamos com a experiência do auxílio emergencial, da digitalização. Será uma plataforma, um ecossistema de oportunidade onde a gente vai reunir as pessoas da família através de qualificação, treinamento e nós vamos conectar, com inteligência artificial, com aqueles que demandam emprego", contou Onyx Lorenzoni, ao ser questionado sobre os planos do governo para o Renda Brasil em entrevista à Rádio Jovem Pan.

O ministro ainda disse que esses brasileiros de baixa renda poderão ser contratados por um mecanismo diferenciado, com "uma redução bastante acentuada do custo de mão de obra", através da Carteira Verde e Amarela. A proposta vem sendo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma forma de reduzir os encargos trabalhistas e estimular a contratação desses brasileiros. Por isso, segundo Guedes, pode prever a desoneração da folha dos trabalhadores que ganham cerca de um salário mínimo, bem como um Imposto de Renda Negativo, que sirva como um fundo de previdência para esse pessoal.

Guedes tem dito que esse programa será uma espécie de "rampa de ascensão social", pois vai incentivar a entrada dos brasileiros de baixa renda no mercado de trabalho formal. E Onyx assegurou que ninguém vai ficar sem o amparo do governo se cair dessa rampa. A ideia é que o trabalhador volte automaticamente à base de beneficiários do Renda Brasil caso perca o emprego. Segundo Onyx, isso não acontece com o Bolsa Família, pois quem tem a carteira de trabalho assinada sai automaticamente do Bolsa Família e precisa voltar para a fila do programa, que às vezes dura um ano, caso perca o emprego.

"Se a pessoa tiver a carteira assinada e eventualmente repetir a cena de perda de emprego, tem um sistema de proteção que a traz de volta para o programa sem que tenha que ir para a fila", assegurou Onyx. O governo estuda pagar um benefício entre R$ 250 e R$ 300 no Renda Brasil. O programa deve atingir quem hoje recebe o Bolsa Família e também boa parte dos "invisíveis" revelados pelo auxílio emergencial.

Outros programas

O ministro da Cidadania confirmou que os demais programas sociais do governo também serão incluídos na plataforma digital do Renda Brasil. Como já mostrou o Correio, o governo pretende fazer desse aplicativo uma espécie de carteira digital dos programas sociais. A ideia é que, em um único aplicativo, o brasileiro possa consultar todos os programas sociais do governo e escolher o que melhor se encaixa na sua situação, bem como o saldo já recebido por meio dessas políticas públicas.

"Quer trazer na plataforma do Renda Brasil todos os programas sociais que o Brasil tem para promover a empregabilidade da família, a emancipação e construir o futuro da primeira infância dos filhos dessas famílias", afirmou Onyx. Segundo ele, o número de crianças atendidas pelo governo meio dos programas de primeira infância também vai crescer com o Renda Brasil, de 1 milhão para até 4 milhões de crianças.

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