Estrangeiros estão cada vez mais desconfiados em relação ao país devido à piora nas contas públicas e as crises políticas intermitentes. Não à toa, o Banco Central registrou queda de 49% na entrada de em investimentos diretos no país (IDP), em julho, na comparação com o mesmo período de 2019. Foram registrados R$ 2,7 bilhões, contra US$ 5,3 bilhões no mesmo mês do ano passado, conforme dados divulgados nesta terça-feira (25/8) pela autoridade monetária.
Esse dado, segundo o BC, foi resultado de ingressos líquidos de US$ 2,3 bilhões em participação no capital e de US$ 421 milhões em operações intercompanhia. Nos 12 meses encerrados em julho de 2020, o IDP totalizou US$ 62,6 bilhões, correspondendo a 3,94% do Produto Interno Bruto (PIB), dado levemente abaixo dos US$ 65,2 bilhões (4,01% do PIB) no mês anterior.
Esses dados fazem parte da nota do setor externo do BC divulgada, nesta terça-feira (25/08). Até o último dia 20 indica saldo líquido de saída do país de US$ 165 milhões, graças ao superávit comercial de US$ 4,9 bilhões uma vez que a conta financeira registrou saídas líquidas de US$ 5,1 bilhões. O dado parcial de agosto mostra ainda a entrada de US$ 277 milhões em investimento direto até o dia 20.
Os fluxos líquidos de investimentos diretos no exterior (IDE) somaram aplicações líquidas de US$ 663 milhões em julho, ante desinvestimentos observados de fevereiro a junho, segundo dados do BC. No acumulado deste ano até julho, os regressos líquidos somaram US$ 19,5 bilhões, em comparação a aplicações líquidas de US$ 12,5 bilhões em período correspondente do ano anterior.
Dados revisados
Ao atualizar os dados de 2019, o BC apontou piora nos dados de IDP em 2019. O volume total de entrada no país foi reduzido em US$ 5,1 bilhões, passando de US$ 78,6 bilhões (4,3% do PIB) para US$ 73,5 bilhões (4,0% do PIB), “em função da incorporação de amortizações de operações intercompanhia, efetuadas em mercadoria, informadas retroativamente no sistema RDE-ROF”, conforme a nota do BC.
Segundo o órgão, em 2019, o investimento em carteira ativo reduziu US$ 2,2 bilhões, principalmente, por aquisições no exterior reclassificadas para IDE, enquanto os outros investimentos ativos passaram de crescimento de US$ 3,8 bilhões para redução de U$ 2,1 bilhões, pela identificação das receitas de exportação depositadas diretamente no exterior, e seus reflexos sobre a conta de créditos comerciais ativos.
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