Varejo perdeu 135 mil lojas entre abril e junho por causa da pandemia

A quantidade é superior à de todo o ano de 2016, quando 105,3 mil lojas encerraram as atividades

Vera Batista
Jailson R. Sena*
postado em 26/08/2020 06:00
 (crédito: CB/D.A. Press)
(crédito: CB/D.A. Press)

O varejo perdeu 135,2 mil estabelecimentos, mais de 10% do total, no segundo trimestre, devido à crise provocada pelo coronavírus. A quantidade é superior à de todo o ano de 2016, quando 105,3 mil lojas encerraram as atividades. O setor também fechou cerca de 500 mil vagas formais e teve queda de 12% no faturamento em relação ao primeiro trimestre de 2020, de acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). “Dificilmente o varejo escapa de um número negativo esse ano. Talvez consiga retomar o nível pré-pandemia somente no início de 2022”, destaca Fábio Bentes, economista-chefe da CNC.

Colaborou também para esse movimento atípico a mudança de hábito dos consumidores, que passaram a usar mais o comércio eletrônico. O e-commerce, ao contrário das lojas físicas, cresceu 43% no volume de vendas e 117% no número de transações, no confronto com o mesmo período do ano passado. Por isso, nem todos os estabelecimentos fechados deverão ressurgir daqui para frente, nem todas as vagas serão recuperadas, mesmo que economia reaja até dezembro. Nas projeções da CNC, “apesar da reação já iniciada pelo setor, a tendência de migração gradual para o e-commerce deverá levar o varejo a fechar 2020 com 1,252 milhão de estabelecimentos, ou 88,7 mil lojas a menos na comparação com 2019”. Com menos lojas, o emprego fica prejudicado.

“Tivemos que afastar funcionários de risco, que até hoje permanecem em casa, e dispensar sete que estavam em experiência. Hoje (ontem), consegui contratar uma parte deles”, relatou Ronney Viana Portela, dono da empresa Shopping da Casa. Com ajuda das redes sociais, ele adotou nova estratégia de venda. “O meu delivery veio com a pandemia e irá ficar. Tínhamos uma pessoa para cuidar das redes sociais, e hoje temos oito exclusivamente para isso. Fechamos a venda pelas redes e agora tudo funciona pelo site”, contou.

*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo

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