Setor que passou ao largo da pandemia, o portuário teve bom desempenho no segundo trimestre do ano. O Porto de Santos -- Santos Port Authority (SPA) -- registrou receita líquida de R$ 261,1 milhões no segundo trimestre do ano, uma alta de 12,2% sobre o mesmo período de 2019. No intervalo abril-junho, movimentou 38,8 milhões de toneladas, crescimento de 17,2% na comparação anual, reflexo, especialmente, das exportações do agronegócio e do câmbio favorável às vendas externas.
Marcus Mingoni, diretor de Administração e Finanças da SPA, destacou que o resultado veio forte, com movimentação recorde, apesar de despesas não recorrentes como o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PDV). “Temos alguns desafios pela frente, com gastos de dragagem e os pagamentos do acordo com o plano de Previdência, que vêm na sequência. Mas estamos preparando a empresa”, explicou.
O Porto de Santos têm cerca de 15 mil funcionários, 1,1 mil da autoridade portuária, dos quais 209 se inscreveram no PDV. “A saída será paulatina, começou em maio e vai até setembro”, disse o diretor. Ainda assim, a expectativa para os próximos resultados é bastante positiva. “Com a ressalva da pandemia, pois ninguém sabe a extensão da crise, o que torna muito difícil fazer qualquer previsão. Mas tivemos o melhor mês da história em julho e agosto está com uma cara boa, portanto, continuamos num ritmo bom”, afirmou Mingoni.
A dragagem foi assinada no começo do ano, mas passado o processo licitatório, iniciou no fim do primeiro semestre e só terá impacto financeiro no terceiro trimestre. O valor é de R$ 274 milhões a serem pagos em 24 meses, uma média de quase R$ 12 milhões por mês. Já o acordo do plano previdenciário teve uma primeira parcela de R$ 117 milhões e a partir de agora serão pagos R$ 5 milhões por ano em 15 anos.
Conforme o CEO, Fernando Biral, o resultado do primeiro semestre foi um marco porque consolidou um contínuo avanço no controle das despesas. “Estamos mudando a cultura para a de uma empresa privada, com gestão dos gastos bastante criteriosa. Nossa felicidade foi poder contar com o crescimento na movimentação de cargas”, afirmou.
Biral é prudente ao fazer previsões. “Temos muitos desafios pela frente. Não sabemos se o resultado de balança comercial, que foi muito bom, vai se repetir”, justificou. Sobre o processo de privatização do porto, disse que a SPA vai participar, mas não será protagonista. “Nosso papel é fornecer informações para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e para as empresas que vão ser contratadas para fazer a modelagem. Em um segundo momento, vamos sentar na mesa com a Secretaria Nacional de Portos e o Ministério da Economia, mas seremos apenas mais um ator para avaliar os modelos que serão colocados para consulta pública”, acrescentou.
Leilões
Com leilões de dois terminais de celulose marcados para a próxima sexta-feira (28/8), ba Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a partir das 10h, o CEO do Porto de Santos torce por boas outorgas. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, juntos, os terminais terão investimentos previstos da ordem de R$ 420 milhões, incluindo acessos rodoferroviários, e vão render R$ 110,9 milhões para a Santos Port Authority (SPA), ao longo dos 25 anos do contrato de concessão. Os leilões terão como critério o maior valor de outorga, com lance mínimo de R$ 1. “Trata-se da primeira concessão incluída no programa Pró-Brasil, que será lançado em breve”, disse a pasta.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), as duas áreas (STS14 e STS14A) estão localizadas na região da Ponta da Praia. O lote STS14 possui 31.018m² e o STS14A, 34.975m². Ambos serão atendidos por três berços de atracação contíguos, contam com conexões rodoviárias e estão localizados ao lado das linhas férreas do porto.
O prazo contratual para quem arrematar a área STS14 será de 25 anos. A receita bruta global do contrato alcança os R$ 2,190 bilhões. O arrendatário fará um investimento de R$ 186,8 milhões. Ao longo do contrato, serão movimentados 46,7 milhões de toneladas. No caso da área STS14A, o prazo contratual também será de 25 anos. A receita bruta global do contrato alcança os R$ 2,190 bilhões. O arrendatário fará um investimento de R$ 193 milhões. Ao longo do contrato, serão movimentados 46,7 milhões de toneladas.
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