O principal problema no setor de produção nacional de alho é a concorrência desleal da China. É o que afirmou o presidente da Associação Nacional de Produtores de Alho (Anapa) e da Associação Nacional de Cebola (Anace), Rafael Corsino. Em entrevista ao CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, ele destacou que o mercado nacional tem sido prejudicado por decisões judiciais a favor de importadores, permitindo que o alho chinês entre no Brasil com preços abaixo dos praticados aqui.
Ele defendeu medidas antidumping para equilibrar a competição entre os dois países, lembrando que os produtores nacionais perderam espaço nas últimas duas décadas. “Há 22 anos, produzíamos 80 a 90% do que consumíamos. Fomos perdendo competitividade em função da abertura do mercado e da competição desleal com a China, e com a entrada no Mercosul. Perdemos espaço para Argentina e China”, disse.
Agora, segundo o presidente da Anapa, cerca de 50% do que é consumido atualmente vem de importações. Corsino afirma que a Associação trava batalhas no Poder Judiciário e junto à Receita Federal para tentar reverter a situação, que, segundo ele, não se limita apenas ao setor de alho. A existência de empresas laranja que burlam o sistema tributário, afirmou, é comum por aqui.
“A política antidumping é feita para equilibrar a competição entre os dois países, mas não tem sido eficiente. As importadoras conseguem liminares na Justiça que beneficiam o alho estrangeiro, de pior qualidade. Isso atrapalha o crescimento do setor produtivo, porque o produtor nacional não consegue competir”, explicou.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo
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