O Brasil melhorou quatro posições no Índice Global de Inovação (IGI) de 2020, na comparação com o de 2019, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (02/09) pelos organizadores do estudo. O país passou da 66ª para a 62ª colocação no ranking de 131 países pesquisados.
O IGI, que é uma ferramenta para as decisões de investimento em um determinado país. O indicador é divulgado, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI - WIPO, na sigla em inglês), em parceria com a Universidade de Cornell e a Insead. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), é parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017.
De acordo com dados do estudo, o Brasil subiu no ranking em razão da queda de outros países, pois a pontuação do Brasil caiu quando comparado com ele mesmo em relação ao ano passado.
Os países dez mais bem colocados do índice são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Cingapura, Alemanha e Coreia do Sul. Dois países asiáticos aparecem no top 10 devido à melhora dos sul-coreanos, que passaram da 11ª para a 10ª posição.
A América Latina aparece como uma das regiões mais mal classificadas no ranking. Os dados do levantamento revelam que o Brasil aparece somente na quarta posição entre as 37 nações da América Latina e Caribe avaliadas, ficando atrás do Chile (54º), México (55º) e Costa Rica (56º).
A melhora do Brasil em relação ao ano passado não é motivo para comemoração, “uma vez que a 62ª posição é incompatível com o fato de o país ser a 9ª maior economia do mundo.” “O Brasil continua numa posição abaixo de seu potencial. Precisamos melhorar o financiamento à inovação, fortalecer parcerias entre governo, setor produtivo e academia, estruturar políticas de longo prazo e priorizar a formação de profissionais qualificados”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota divulgada pela entidade.
Pandemia
De acordo com o relatório do IGI, a pandemia de covid-19 atrapalhou os avanços na inovação mundial, fruto de um trabalho de longos anos. O novo coronavírus tende a ser um obstáculo para certas atividades inovadoras enquanto catalisa a inventividade em outros setores, notadamente na área da saúde.
O papel da inovação se mostra cada vez mais imprescindível diante de um período de incertezas e de retração na economia provocadas pela pandemia, na avaliação da CNI. Se de um lado as empresas se veem com possibilidades escassas de investimentos, de outro precisam buscar alternativas para sobreviverem e manterem seus empregados. Daí a necessidade de ser criativo e apostar na inovação como um diferencial para sair mais forte da pandemia.
A entidade tem realizado, nos últimos anos, diversas parcerias com órgãos públicos e centros de pesquisa. Uma deleas é é coordenar a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), que tem como objetivo principal incentivar as empresas a colocarem a ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no centro de suas estratégicas de negócios.
Dados quantitativos
O IGI vem se tornando a cada ano um instrumento quantitativo mais importante para auxiliar em decisões globais, estimular a atividade inovadora e impulsionar o desenvolvimento econômico e humano. O ranking é composto por 80 indicadores de 30 fontes internacionais públicas e privadas, das quais 58 representam dados concretos, 18 são indicadores compostos e quatro são perguntas de pesquisa.
A pontuação em cada um dos indicadores é analisada e comparada entre os países, estabelecendo a posição no ranking para cada indicador, subpilar e pilar. São considerados no cálculo os subíndices Insumos de Inovação e Produtos de Inovação.
O relatório destacou que Brasil, México e Argentina abrigam empresas globais de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e estão entre as primeiras 10 economias de renda média no critério qualidade da inovação. Chile, Uruguai e Brasil, por sua vez, produzem altos níveis de artigos científicos e técnicos, com o Brasil tendo também um impacto em matéria de patentes.
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