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A ampliação das despesas com o auxílio emergencial e com outros programas de combate à covid-19 piorou as projeções do governo para o rombo das contas públicas. Segundo o Ministério da Economia, o deficit primário do governo central deve chegar a R$ 866,4 bilhões neste ano, o equivalente a 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
A nova projeção foi divulgada ontem pela Secretaria de Fazenda, que antes previa deficit de R$ 787,4 bilhões para 2020, de 11% do PIB. O secretário Waldery Rodrigues explicou a revisão dizendo que o Brasil está gastando “mais de meio trilhão de reais” no enfrentamento da pandemia de covid-19.
Segundo a Secretaria de Fazenda, com a prorrogação do auxílio emergencial, a ampliação dos programas de crédito e das ações ministeriais de combate à covid-19, as despesas com a pandemia chegaram a R$ 584,3 bilhões. Além disso, o governo calcula uma frustração de receita de R$ 20,6 bilhões, por conta de medidas como redução de impostos. Por isso, elevou de R$ 526 bilhões para R$ 605 bilhões o impacto fiscal da pandemia. A cifra representa 8,4% do PIB e elevou o deficit, mas, também, o endividamento do setor público.
O rombo estimado para as contas do governo é o pior da história, e sobe para R$ 891,1 bilhões quando se considera, também, o resultado das estatais, dos estados e dos municípios. O deficit primário estimado para o setor público consolidado é de 12,4% do PIB. Por isso, a dívida bruta do governo geral deve chegar a 94,6% do PIB e o deficit nominal do setor público, que inclui gasto com juros, pode bater 17% do PIB neste ano.
Apesar da deterioração do quadro fiscal, Waldery indicou que o governo deve melhorar a projeção para o PIB, que hoje é de queda de 4,7% de 2020. Ele explicou que os dados mais recentes indicam que o pior da crise já ficou para trás e que, portanto, a contração do PIB pode ser menor do que a esperada, hoje. Um dos fatores que explicam essa reação, segundo analistas, é justamente a injeção de recursos do auxílio emergencial
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