A economia global está mostrando sinais de recuperação da grave recessão gerada pela pandemia do coronavírus, mas uma recuperação completa é "improvável" sem que haja uma vacina - alertou nesta quarta-feira (9/9) a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
Em uma coluna editorial junto com a economista-chefe do organismo, Gita Gopinath, ela ressaltou que os governos devem continuar apoiando trabalhadores e comércios, devido às características sem precedentes desta crise, que pode gerar uma onda de falências e desemprego.
À medida que os confinamentos são suspensos em vários países do mundo, e as empresas voltam a abrir, há uma "recuperação acentuada da produção, do consumo e do emprego", disseram em uma coluna publicada na revista Foreign Policy.
A escala impressionante e a velocidade com que os governos mobilizaram recursos ajudaram a amortecer o golpe e possibilitaram essa recuperação inicial.
"Mas esta crise está longe de ter acabado", enfatizou a dupla.
"A recuperação continua muito frágil e desigual entre diferentes regiões e setores. Para garantir que a recuperação continue, é essencial que este apoio não seja retirado de forma precipitada", reforça o texto.
As empresas, inclusive aquelas em situação de solvência, precisarão de um apoio contínuo para evitar a destruição de milhões de empregos. Para a direção do Fundo, isso pode significar que os governos participem dos ativos das empresas, ou que lhes deem subsídios em troca de um aumento de impostos posterior.
Elas também alertaram que os governos precisam ser cautelosos na distribuição de recursos escassos, afirmando que algumas empresas vão falir, inevitavelmente, em especial em setores como o turismo.
Como conclusão principal, ambas destacaram que, "apesar de o mundo ter aprendido a viver com o vírus, uma recuperação completa é improvável, se não houver uma solução médica permanente".
Georgieva e Gopinath destacaram que, com 128 projetos para desenvolver uma vacina, existe uma grande possibilidade de se encontrar uma solução. Nesse sentido, as duas pediram a busca de mecanismos multilaterais que garantam o fornecimento e a distribuição adequados.
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