A reforma administrativa apresentada pelo governo pode acabar com a estabilidade de diversas áreas do funcionalismo. Diante disso, há quem defenda que a proposta tem potencial para piorar a qualidade do serviço público. É o caso do deputado federal Professor Israel (PV-DF). Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, o parlamentar criticou a reforma e defendeu que a avaliação dos servidores seja feita de forma isenta.
“O servidor tem estabilidade para se manter imune a certas pressões, mas ao mesmo tempo, abre mão de ter um salário alto na iniciativa privada. Com a estabilidade, vai dedicar a vida ao serviço público, se especializar dentro da carreira e terá um limite de até onde pode subir. Esse é o preço da estabilidade”, argumentou.
Para ele, a proposta do governo desestrutura o Estado brasileiro. O deputado alegou que países como a Holanda adotaram medidas parecidas e decidiram voltar atrás. Segundo ele, não adianta economizar se os serviços públicos forem prejudicados.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a reforma administrativa pode economizar até R$ 816 bilhões em 10 anos. O deputado afirmou que vê a estimativa com naturalidade, pois uma reforma com foco em redução de custos deve atingir esse resultado.
Professor Israel disse considerar positiva a avaliação de servidores públicos, desde que feita de forma justa. Ele argumentou que a ineficiência no serviço público, em geral, é maior em cargos ocupados por indicação. “Servidor tem de ser avaliado sim, mas sem perseguição política. O governo faz um diagnóstico correto do problema, mas apresenta uma solução incorreta. A produtividade é pior nas prefeituras, por exemplo, onde o prefeito indica a maior parte dos cargos. Não é via concurso público”, disse.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo
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