Pesquisa Pulso Empresa

Comércio sofre impactos da pandemia, aponta pesquisa do IBGE

Estudo feito pelo órgão aponta que 38,6% das empresas sentem impacto negativo causado pela covid-19

Edis Henrique Peres*
postado em 15/09/2020 20:41
 (crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A Pesquisa Pulso Empresa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ouviu 3,2 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de agosto, para descobrir os impactos da pandemia no comércio. A percepção de efeito negativo cresceu da segunda quinzena de julho para a primeira quinzena de agosto: de 37,5% para 38,6%.

Em contrapartida, o efeito positivo na pandemia, para alguns, também cresceu segundo a pesquisa: de 26,1% na segunda quinzena de julho para 27,5% em relação a primeira quinzena de agosto.

Os setores de construção (47,9%) e comércio (46,3%) foram os que relataram a maior incidência dos efeitos negativos. Para 47,6% do comércio varejista, o impacto da pandemia tem sido negativo, 20% desse setor consideram o efeito pequeno ou inexistente, e 32,5% relatam um efeito positivo.

As empresas de pequeno porte foram as que mais sofreram com a percepção negativa da pandemia, 38,8% delas declararam sentir efeito nas vendas. O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Sebastião Abritta, disse que o movimento melhorou a partir da abertura das lojas, mas que a percepção dos impactos continua negativa.

O Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) informou que o setor teve um aumento de 78,99% no número de demissões entre março e julho de 2020. O cálculo tem por base o mesmo período de 2019, quando 1.946 rescisões foram homologadas na sede da entidade, enquanto este ano foram 3.483.

No entanto, esse número diz respeito aos empregados com mais de um ano de vínculo empregatício, o que o sindicato considera como um indicativo de o dano total ser bem maior.

Márcio Lopes, lojista do setor pet, afirmou, no entanto, que nos primeiros três meses a média das vendas aumentou, em meados da pandemia as vendas estabilizaram e que agora acredita que a tendência é ter uma queda por causa do aumento dos preços e da falta de produtos.

O economista Felipe Queiroz, pesquisador da Universidade de Campinas (Unicamp), explica esse efeito: "Em um primeiro momento, houve aumento de compra por medo de falta nos estoques. Com a estabilidade e diminuição do pânico, as demandas voltaram ao normal e agora podem cair devido ao aumento de alguns produtos”. Queiroz também disse que outros fatores podem causar esse efeito contrário, mas que a recuperação da economia terá a tendência de acontecer lentamente, principalmente porque o país, devido a pandemia, passou por um período de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

* Estagiário sob supervisão de Vicente Nunes

 

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