A percepção de efeito negativo da pandemia cresceu entre as empresas, na comparação entre a segunda quinzena de julho e a primeira metade de agosto. O número de companhias que relatou piora nos negócios subiu de 37,5% para 38,6% no período. Os dados são da pesquisa Pulso Empresa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em contrapartida o efeito positivo na pandemia, para algumas, também aumentou segundo o levantamento: de 26,1% das empresas, na segunda quinzena de julho, para 27,5% na primeira quinzena de agosto.
Os setores de construção civil (47,9%) e comércio (46,3%) foram os que relataram a maior incidência dos efeitos negativos. Para 47,6% do comércio varejista, o impacto da pandemia tem sido negativo; 20% do setor considera o efeito pequeno ou inexistente e 32,5% relatam um efeito positivo. O setor agropecuário relata baixo efeito negativo.
As empresas de pequeno porte foram as que mais sofreram efeitos negativos da pandemia: 38,8% delas declararam sentir o impacto em suas vendas. Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), disse que o movimento melhorou a partir da abertura das lojas, mas que a percepção dos impactos continua negativa.
Demissões
O Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) informou que o setor teve um aumento de 78,99% no número de demissões entre março e julho de 2020. O cálculo tem por base o mesmo período de 2019, quando 1.946 rescisões de contratos de trabalho foram homologadas na sede do sindicato. Neste ano o número foi de 3.483 desligamentos.
No entanto, esse número diz respeito aos empregados com mais de um ano de vínculo empregatício, o que o sindicato considera como um indicativo do dano total ser bem maior. O Sindicom-DF disse que o motivo do segmento varejista ser o mais prejudicado do comércio é o isolamento social dos consumidores e a suspensão dos contratos de trabalho, regulamentada pela Medida Provisória nº 936/2020 e pelo Decreto n° 40.583 2020.
Márcio Lopes, lojista do setor pet, declarou que nos primeiros três meses da pandemia, a média das vendas cresceu; em meados da crise sanitária as vendas se estabilizaram; agora, a tendência é ter uma queda por causa do aumento dos preços e da falta de produtos.
O economista Felipe Queiroz, pesquisador da Universidade de Campinas (Unicamp), explica o efeito na atividade do comércio: “no primeiro momento houve aumento de compras por medo de falta nos estoques. Com a estabilidade e diminuição do pânico, as demandas voltaram ao normal e, agora, podem cair devido ao aumento de preço de alguns produtos”.
*Estagiário sob supervisão
de Odail Figueiredo
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