PNAD COVID

IBGE: Taxa de desemprego sobe na pandemia e atinge 14,3%

Dados do instituto registraram, na quarta semana de agosto, o maior patamar desde início do levantamento semanal, em maio. Alta indica 1,1 milhão de pessoas a mais procurando emprego, somando 13,7 milhões

Rosana Hessel
postado em 18/09/2020 09:51 / atualizado em 18/09/2020 14:23
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A taxa de desemprego atingiu 14,3%, na quarta semana de agosto, um aumento de 1,1 ponto percentual acima dos 13,2% da semana anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) computados na pesquisa semanal PNAD Covid divulgada nesta sexta-feira (18/9). É o maior patamar desde o início série histórica da pesquisa, em maio, quando a taxa era de 10,5%.

A alta representa incremento de 1,1 milhão de pessoas que passaram a procurar trabalho no país na quarta semana de agosto, em grande parte devido à redução das taxas de isolamento social em razão da pandemia de covid-19. Com isso, o exército de desempregados no país somou 13,7 milhões, conforme os dados do IBGE. 

“No início de maio, todo o mundo estava afastado, em distanciamento social, e não tinha uma forte procura (por emprego). O mercado de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iam se desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades”, comentou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, no comunicado do IBGE. 

Isolamento menor

A pesquisa também mostrou redução no número de pessoas que ficaram rigorosamente isoladas em meio à pandemia pela segunda semana seguida. Entre 23 e 29 de agosto, 38,9 milhões de pessoas seguiram a medida de isolamento, uma queda de 6,5% em relação aos 41,6 milhões que estavam em quarentena na semana anterior.

Os dados do IBGE mostram que a parcela da população que ficou em casa e só saiu por necessidade permaneceu estável. Foram 88,6 milhões de pessoas nessa situação, representando 41,9% da população do país. De acordo com o órgão, também houve estabilidade no contingente dos que não fizeram restrição, chegando a 5 milhões de pessoas; e os que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa ou recebendo visitas, somaram 77 milhões.

O número de pessoas ocupadas que estavam afastadas do trabalho devido às medidas de distanciamento social registrou queda de 363 mil desse contingente, passando para 3,6 milhões. Aqueles que estão nessa situação, agora, representam 4,4% de toda a população ocupada, estimada em 82,2 milhões. Dos 76,1 milhões de indivíduos que estavam ocupados e não foram afastados do trabalho, 8,3 milhões trabalhavam remotamente. 

Estudantes e sintomas

A pesquisa do IBGE estima que 7,2 milhões (15,8%) dos 45,6 milhões de estudantes matriculados em escolas ou universidades na quarta semana de agosto não realizaram atividades escolares em casa no período. Segundo a nota do instituto, o número permaneceu estável em relação à semana anterior. As férias foram apontadas como motivo para 970 mil alunos não realizarem atividades escolares. Já o contingente de estudantes com atividades ficou em 37,4 milhões. Pelos cálculos do órgão, 82% dos entrevistados disseram ter atividades escolares.

Na quarta semana de agosto, 11,3 milhões de pessoas apresentaram pelo menos um dos sintomas investigados pela pesquisa, como febre, tosse e dor de garganta. O número é inferior ao estimado na semana anterior, quando 12,4 milhões de pessoas relataram ter algum dos sintomas. “Isso representa 5,3% da população. Em maio esse percentual chegou a 12,7%”, diz a pesquisadora.

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